As urgências do Hospital de Serpa, no distrito de Beja, estão encerradas desde a madrugada.
A partir de agora, as urgências vão fechar todos os dias entre a meia-noite e as oito da manhã. Em causa, as dificuldades em garantir médicos para assegurar escalas, devido à Covid-19.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Serpa e o conselho de administração do hospital já vieram garantir que farão todos os esforços para resolver a situação o mais rápido possível.
De acordo com António Sargento a região “é complexa” no que respeita a recursos humanos qualificados e a pandemia veio dificultar o recrutamento de médicos que assegurem as escalas.
Os médicos que habitualmente asseguram as escalas do Hospital de São Paulo não trabalham em exclusivo para a instituição, já que todos fazem escalas em vários hospitais.
Em nota de imprensa o município de Serpa afirmou que este é “um problema recorrente, registado por diversas vezes nos últimos anos, e que, mais uma vez dá razão à posição defendida pela Câmara Municipal de Serpa: é necessário e urgente o retorno e integração do Hospital de São Paulo, no Serviço Nacional de Saúde”.
No entender da autarquia “só um serviço de saúde público, universal, geral e gratuito poderá garantir o direito à saúde da nossa população”.
Também a Comissão de Utentes de Serviços Públicos do Concelho de Serpa, em nota de imprensa, criticou esta medida e defendeu que “este hospital deveria ter gestão pública” e estar “inteiramente integrado no SNS”.
Já a Direção Regional do Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou “inadmissível que uma entidade privada que gere uma instituição do SNS decida encerrar um serviço público, prejudicando, assim, as populações que o hospital serve” e defendeu que “a única alternativa é a ULSBA/ARS voltar a gerir o hospital, como acontecia antes do acordo de cooperação”.