A Associação Nacional dos Médicos de Saúde (ANMSP) alerta para a possibilidade de fortes constrangimentos nos serviços públicos de saúde já a partir de setembro, caso o Governo não responda às reivindicações dos clínicos.
Para o início do próximo mês, estão previstas reuniões com as estruturas sindicais, mas o presidente da ANMSP, Gustavo Tato Borges deixa já um alerta quanto à necessidade de assegurar o atendimento.
“Há uma reunião sindical com o ministério, creio que dia 11 ou 12 de setembro, até essa altura vão-se mantendo estas formas de luta, mas vai havendo ainda possibilidade de fazer trabalho, mas se o Governo não se chegar à frente e não fizer estas mudanças, podemos assistir a partir de setembro situações complicadas para assegurar escalas e isso vai ser um problema muito grande”, adverte.
Já sobre as elevadas temperaturas que vão marcar este início de semana em todo o país, o presidente da ANMSP afasta um cenário de pressão sobre o SNS, uma vez que os clínicos estão a cumprir serviço extraordinário.
“O que não é possível é quando já somos poucos e não estamos a ser substituídos, não só porque não abrem concursos, ou não abrem as vagas necessárias, ou porque as condições de contratação não são as ideais e os profissionais acabam se por deslocar para o privado, para as universidades, para o estrangeiro”, diz.
Segundo Gustavo Tato Borges, “nós não temos capacidade no Verão para substituirmos de uma forma eficaz e, portanto, temos aqueles profissionais que fazem infinitas horas extraordinárias para poderem superar as limitações das organizações de escalas do serviço de saúde”.
Todos os distritos do continente vão estar até quarta-feira em aviso laranja devido às elevadas temperaturas. Oito distritos estão já sob esse aviso do Instituto do Mar e da Atmosfera: Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Setúbal e Faro.
A partir de amanhã, o IPMA identifica um aumento do risco nos outros 10 distritos. São esperadas temperaturas que podem ultrapassar os 40 graus.