Fronteiras "deviam ser fechadas". Reclusos em fuga "são do piorio"
07-09-2024 - 16:44
 • Beatriz Pereira , Susana Madureira Martins , Teresa Almeida

Cinco reclusos fugiram este sábado de uma das cadeias mais seguras em Portugal. O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional alerta que este homens são um perigo para as populações.

Cinco reclusos fugiram este sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, Lisboa.

A fuga dos homens — dois portugueses, um georgiano, um argentino e um cidadão britânico — terá ocorrido com recurso a ajuda externa, através do lançamento de uma escada. Os reclusos escalaram um muro e à sua espera estaria um carro.

Em declarações à Renascença, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), alerta que estes homens "têm um cadastro criminal brutal", sendo considerados "muito perigosos".

"Estamos muito preocupados com a segurança da população, que está, sem dúvida, em causa. Quem se puser à frente deles... eles não vão olhar a meios", alerta.

"Principal culpado é o Estado português"

Tendo em conta este cenário, o presidente da SNCGP sugere que as "fronteiras deviam ser fechadas", até porque é "o caminho mais fácil". "Não há neste momento fronteiras fechadas", recorda, criticando os "partidos políticos" por essa decisão. "Acham que Portugal é um país de maravilhas", afirma.

Na opinião de Frederico Morais, esta fuga deve-se ao desinvestimento do Estado português nos serviços prisionais. "Não há guardas em Portugal para se garantir a segurança dos estabelecimentos prisionais. Hoje temos uma fuga bastante grave e o principal culpado é o Estado português".

Quatro dos cinco reclusos fugitivos têm medidas especiais de segurança desde que estão presos e só saem à rua acompanhados pelo Grupo de Intervenção de Segurança Prisional. "São do piorio do que existe em Portugal a nível de reclusos", diz Frederico Morais. "Um dos reclusos é conhecido por 'Fábio Cigano' e espalhava o horror no Algarve. Na última recaptura, recebeu a Polícia Judiciária a tiro. Temos outro indivíduo que era um dos mais procurados da Argentina", reforça.

Frederico deixa, por isso, um aviso à população, caso encontre um deste homens: "Alertar as forças de segurança locais ou através do 112 e não interferir com eles. Deixá-los", pede.

Quem são os reclusos?

Fernando Ribeiro Ferreira – 61 anos, condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto;

Rodolf José Lohrmann – 59 anos, condenado a 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais;

Mark Cameron Roscaleer – 39 anos, condenado a 9 anos, pelos crimes de sequestro e roubo;

Shergili Farjiani – 40 anos, condenado a 7 anos, pelos crimes de furto, violência depois da subtração e falsificação de documentos;

Fábio Fernandes Santos Loureiro – 33 anos, condenado a 25 anos, pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injuria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal.