O plano de ação “Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas 2023-2025” vai ser apresentado esta quinta-feira nas II Jornadas Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas, na Alfândega do Porto.
De momento, “cerca de 26% da população residente na cidade do Porto tem idade igual ou superior a 65 anos, dos quais cerca de 33 mil idosos vivem sós”, diz à Renascença o vereador do pelouro da coesão social, Fernando Paulo, de acordo com o diagnóstico que o município realizou.
“Não significa que estes 33 mil idosos que vivem sós estejam em situação de isolamento, mas muitos deles vivem a solidão, outros de facto estão em risco de isolamento e outros estão mesmo nessa situação”, acrescenta.
Fernando Paulo explica que é pretendido “adequar um conjunto de ações para contribuir para o envelhecimento ativo e para que as pessoas possam ter uma vida ativa, plena e saudável”. “Esta fase da vida não tem que ser uma condenação, tem que ser uma celebração”, destaca o vereador. “As pessoas têm que sentir a cidade como um espaço onde se podem realizar, ter uma vida confortável e continuar a viver com toda a dignidade.”
“Não podemos deixar de considerar que a pobreza em que vivem cerca de 1,7 milhões de portugueses atinge, especialmente, os grupos mais vulneráveis e as pessoas idosas. Aliás, há estudos que evidenciam que, se retirarmos os apoios sociais, 88% dos idosos em Portugal viveriam em situação de pobreza extrema”.
De acordo com o município, a cidade do Porto está a envelhecer acima da média nacional, com 228 idosos para cada 100 jovens. O plano vai responder, assim, “aos desafios do rápido envelhecimento da população, através do desenvolvimento de um ambiente urbano que permita às pessoas idosas uma participação efetiva na vida da cidade, independentemente da sua idade”.
Para além do plano de ação, vai ser criada uma comissão municipal com a colaboração de cerca de 70 entidades, como a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Fundação La Caixa.
Com a STCP, o plano vai adequar o projeto de um “minibus”. O objetivo passa por ter um pequeno autocarro, que passe pela rede mais fina da cidade e que possa atuar de acordo com a necessidade do transporte público. Com a Fundação La Caixa, vai ser constituído um espaço sénior, “o primeiro em Portugal”.