A operação vai decorrer ao longo do dia de hoje, com a ajuda da Câmara Municipal de Melgaço e vai permitir que os 30 utentes do Lar Pereira de Sousa que testaram negativo para Covid-19 sejam transferidos para o Inatel de Vila Nova de Cerveira.
Em conversa com a Renascença, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço, que gere aquele lar, explica que foram os serviços da Segurança Social de Viana do Castelo que desbloquearam a situação e que vão tomar conta destas pessoas, face à ausência de resposta do Ministério da saúde
Jorge Ribeiro explica que a operação vai "permitir fazer a desinfeção das instalações e reorganizar o lar", lamentando a falta de "resposta da saúde, porque o que se espera é que os utentes com Covid-19 sejam retirados para casas de saúde", com o provedor a rematar que o lar não tem essa capacidade "de todo".
O plano de contingência do Lar Pereira de Sousa existe, mas "não previa um problema deste volume", admite Jorge Ribeiro, que adianta não ter "profissionais formados", também não tem "médicos a tempo inteiro" ou "enfermeiros 24 horas por dia" e muito menos tem "instalações físicas que permitam fazer os necessários isolamentos".
O lar Pereira de Sousa possui três enfermeiros e uma médica, mas uma enfermeira está infectada e outro enfermeiro está com sintomas e à espera de resultado do teste. Ou seja, neste momento "não há médico" e a enfermeira que resta "está a trabalhar há seis ou sete dias seguidos 12 a 14 horas por dia", não sendo certo que "consiga trabalhar mais um dia e provavelmente a partir de amanhã nem enfermeiro" o lar vai ter.
Feitas as contas, sendo retirados os trinta utentes com teste negativo ao novo coronavírus, ficarão na instituição de Melgaço 16 pessoas infectadas para as quais o provedor da Santa Casa quer uma resposta do Serviço Nacional de Saúde.