O vice presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, considera que a remodelação do Executivo, conhecida esta terça-feira, é sinal de "um governo do PS a governar para a bolha do PS", criticando o cargo de António Mendonça Mendes, irmão da ministra Ana Catarina Mendes, como secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.
Para o especialista em anticorrupção, "é problemático e levanta questões na própria coordenação do Governo".
"Há sempre um risco de escrúpulos familiares a afetar a avaliação que fazem do trabalho um do outro e da sua própria dinâmica", realça.
Para João Paulo Batalha, esta remodelação demonstra um Executivo "que tem dificuldade de recrutamento" e que está "apagado, sem ser capaz de trazer sangue novo e capacidade de iniciativa".
O vice presidente da Frente Cívica recorda a regra informal, indicada por António Costa, a quando da polémica do "Familygate", do Executivo anterior, e ironiza que essa norma foi agora "revogada".
"Em primeiro lugar, demonstra que isto não é verdadeiramente um problema para Costa. Foi uma medida que tomou na altura para reagir às impressões da opinião pública. E demonstra que António Costa tem dificuldades em fazer um Governo que represente o país", lamenta.
O especialista conclui que esta remodelação só é possível "dentro de uma lógica de maioria absoluta em que, faça o que fizer, António Costa está seguro de que não precisa de prestar contas".