O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) mostra-se preocupado com a possibilidade da não realização das provas de aferição e dos exames nacionais do ensino secundário, depois de vários elementos do júri nacional de exames terem colocado o lugar à disposição.
Em declarações à Renascença, Filinto Lima, diz que, a confirmar-se esta situação, “o Ministério da Educação terá de ter uma solução para um problema que, de facto, neste momento em que estamos quase na altura de exames, já não deveria ser um problema”.
O presidente da ANDAEP admite que, se nada for feito, “os exames estarão em risco”, lembrando que o júri nacional tem sido uma “peça-chave nos exames nacionais, de há uns anos a esta parte”.
Quanto às provas de aferição exclusivamente digitais, que têm início marcado para esta terça-feira, o Ministério da Educação já veio garantir que estão reunidas todas as condições para que se realizem.
Filinto Lima diz ter “muitas dúvidas” de que tal seja possível e atribui o problema à “chegada tardia, na passada quinta-feira, das notas informativas do Ministério da Educação, dando dois dias úteis às escolas para fazer alguns procedimentos burocráticos ao nível do software”.
“As escolas que programaram as provas de aferição para esta terça-feira, muitas delas terão que adiar até ao dia 26”, o prazo que o Governo deu para a conclusão do calendário das provas de aferição.
Processos disciplinares? “É importante que o ministro esclareça”
A preocupação do presidente da ANDAEP adensa-se como facto de na noite desta segunda-feira, a FENPROF ter abandonado as negociações, acusando o ministro da Educação de “falta de democracia" e com a promessa de recorrer aos tribunais, depois de João Costa ter admitido que seriam injustificadas as faltas dos professores no passado dia 17 de março.
Perante o braço de ferro entre o Governo e os sindicatos, Filinto Lima diz ser “muito importante que o ministro da Educação esclareça aquilo que, pretensamente, terá dito ao sindicato de professores até para descansar ou não, os professores possam de facto ter faltas e injustificadas”.