Na homília da missa da Solenidade de Santo António, a que presidiu, D. Manuel Clemente lembrou a vida do santo português, o mais venerado da cidade de Lisboa, mas um “santo do mundo” que, por onde passava, conservava e não deixava que as relações se estragassem, arranjando sempre soluções.
Por isso, diz que Santo António “era extremamente sal, onde chegava, conservava e não deixava que as coisas se estragassem. E isto é um dever de todos nós. Onde há alguém que viva no espírito de António e que viva o Evangelho como ele viveu, as coisas não se estragam. Porque realmente, face a qualquer situação, só temos uma opção: ou estamos do lado do problema ou estamos do lado da solução. E ser sal da Terra é estar sempre do lado da solução”.
Santo António, que era também “luz do mundo”, como refere o Evangelho, porque conseguia ver as coisas com clareza, com esperança, sempre com um lado positivo.
D. Manuel fez uma analogia com o período pandémico que ainda se vive para elogiar a “luz” daqueles que encontram soluções nestes tempos de incerteza, tal como fez Santo António.
O cardeal patriarca destacou a “irradiação universal” do santo português, um homem “realmente marcante porque está no coração dos lisboetas”. Mas lembrou outros santos “de altar” portugueses de Lisboa, como Santa Joana Princesa, S. Bartolomeu dos Mártires ou S. João de Brito.
E fez questão de lembrar também aqueles a quem o Papa Francisco chama de “santos ao pé da porta” e cuja santidade foi claramente demonstrada durante a pandemia.
“Há nesta nossa cidade de Lisboa - e isso têm-se manifestado durante a pandemia, gente de boa vontade, de grande agregação, de grande cuidado pelos outros. São também a figuração viva do Evangelho porque o Espírito de Jesus Cristo trabalha onde quer, dentro e fora das fronteiras da Igreja. E há tanta santidade, tanto Evangelho praticado, tanta Luz de Cristo demonstrada. É o melhor que a cidade tem porque é aquilo que o próprio Deus lhe oferece na figura desses homens e mulheres de boa vontade. Todos eles, todas elas, representam aquilo que ouvimos no Evangelho, serem sal da terra e luz do mundo”, afirmou D. Manuel Clemente.
A celebração que assinala o dia em que o santo mais venerado de Lisboa morreu teve lugar na igreja de Santo António. Terminou com a bênção à cidade com a relíquia do Santo nascido na capital em 1195, no século XII e canonizado pelo Papa Gregório em 1232, apenas um ano após a sua morte, em Pádua, Itália.
À porta da Igreja de Santo António, dezenas de pessoas acompanharam a bênção e ouviram ainda as palavras de esperança do cardeal patriarca de Lisboa. “Com ele, havemos de levar isto de vencida”, declarou D. Manuel Clemente