Israel propõe pausa de uma semana em troca de 40 reféns
20-12-2023 - 14:19
 • João Pedro Quesado

A proposta, feita através de mediadores no Qatar, surge no dia seguinte ao Presidente israelita ter manifestado a disponibilidade para uma nova pausa.

Israel propôs ao Hamas uma pausa de uma semana nas operações militares na Faixa de Gaza. A pausa faz parte de um acordo para a libertação de 40 reféns e, a realizar-se, seria a segunda trégua no conflito desde o início, a 7 de outubro.

De acordo com a CNN e a Axios, a proposta foi entregue através de mediadores do Qatar. Em novembro, um acordo semelhante levou a um cessar-fogo de sete dias e à libertação de 105 reféns. O Hamas continua a deter cerca de 130 reféns israelitas e estrangeiros.

Segundo a CNN, fonte israelita terá indicado que o cessar-fogo temporário que faz parte da proposta pode chegar a duas semanas. Contudo, o acordo não será alcançado em breve, indicou a mesma fonte.

O embaixador de Israel nos Estados Unidos da América, Michael Herzog, confirmou à CNN que a intenção é fazer uma pausa nas operações militares, se isso significar a libertação do maior número possível de reféns.

"É prematuro dizer se vai ou não vai haver acordo porque, até agora, o Hamas recusou fazer outro acordo. Eles esperavam um cessar-fogo permanente, mas espero que, sob a pressão do que estamos a fazer no terreno, mais a pressão dos qataris, eles acedam em chegar a acordo", afirmou Herzog.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, já tinha afirmado esta terça-feira que o país está "pronto para outra pausa humanitária", precisamente com vista à libertação de mais reféns.

Por seu lado, o Hamas avisou que não vai negociar a libertação de mais reféns enquanto "a guerra genocida de Israel continuar".

Quase 20 mil pessoas morreram em consequência dos ataques de Israel na Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro. Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, mais de 52 mil pessoas ficaram feridas.

Com a destruição da maioria da região norte de Gaza, as Nações Unidas apontam que quase 1,9 milhões de pessoas estão deslocadas devido ao conflito.

Cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, foram mortas na sequência do ataque do Hamas do dia 7 de outubro, de acordo com números oficiais israelitas.
Após o ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e tem bombardeado regularmente o enclave palestiniano, além de ter bloqueado o acesso a bens essenciais como água, medicamentos e combustível.