As comemorações dos 50 anos do Partido Socialista ficam marcadas por um protesto na sede do PS no Largo do Rato, em Lisboa.
Tinha acabado de falar José Manuel dos Santos, o presidente das comemorações, quando quatro ativistas que estavam dentro da sala onde decorria a sessão levantaram-se das cadeiras, despiram as calças e mostraram o rabo.
Os ativistas fazem parte da greve climática estudantil e gritaram que "Não há Planeta B" nem "motivo para comemorar".
Perante a surpresa dos convidados no aniversário do PS, os quatros jovens baixaram as calças e mostraram a palavra "Ocupa!" que tinham escrita no corpo.
Foram depois levados para o exterior da sede do PS e identificados pela Polícia.
Em comunicado, a organização da Greve Climática adianta que os jovens pertencem ao movimento "Fim ao Fóssil".
“O PS não devia estar a celebrar, mas sim a fazer um plano compatível com os prazos ditados pela ciência climática para acabar com os combustíveis fósseis e pôr em marcha uma transição justa para as pessoas”, dizem os estudantes, citados pelo comunicado.
O protesto acontece uma semana antes do início das ocupações estudantis de mais de 10 escolas e universidades pelo país, e três semanas antes da ação de bloqueio do terminal de gás natural, em Sines.
O protesto dos ativistas ambientais traz à memória um outro protesto na década de 90, quando quatro estudantes também baixaram as calças contra as propinas e as provas globais, em frente ao ministro da Educação da altura, Couto dos Santos.
A ação desta quarta-feira é a segunda ocorrida, nos últimos anos, num aniversário do Partido Socialista. Em 2019, um ativista contra a expansão do aeroporto de Lisboa interrompeu o discurso de Antonio Costa, na antiga FIL, em Lisboa. Francisco Pedro subiu ao palco, proferiu algumas palavras, enquanto outros ativistas lançavam aviões de papel.