Na Conferência dos Oceanos que por estes dias acontece em Lisboa, estão presentes cerca de sete mil pessoas, muitas ligadas a delegações nacionais dos 140 países representados, mas também estão presentes, segundo a organização, mais de mil organizações não-governamentais.
Olhando para o programa, são as vozes oficiais que mais se fazem ouvir, mas pelos corredores, as conversas fluem.
“Se circularmos por aqui vemos muito networking, há muitas oportunidades, muitos espaços para discutirmos o que sai dos eventos associados, não terminam ali, as discussões continuam cá fora”. O cenário é descrito por Carolina Silva, membro da Zero, uma das associações ambientalistas portuguesas presentes no Altice Arena.
Carolina reconhece que “os representantes nacionais estão a ter mais relevo, porque são eles que vão implementar as soluções que estão aqui a ser discutidas”.
“O nosso papel, como sociedade civil e organizações não governamentais, é acompanhar o que está a ser apresentado, os compromissos que estão a ser assumidos para depois nós também estarmos numa posição de responsabilizar estes governos e estes representantes naqueles compromissos que aqui assumirem”, explica.
A cerca de um quilómetro de distância, na outra ponta do Parque das Nações, está um espaço só para as organizações não-governamentais. Chama-se Ocean Base Camp.
Ana Matias pertence à organização Sciaena que, juntamente com a Seas At Risk e a Fundação Oceano Azul, colocaram em funcionamento este espaço, onde “as ONG’s foram convidadas a liderar e a promover os próprios painéis, workshops, mesas redondas e a ideia é que possamos ter aqui um espaço para debater algumas ideias, networking”.
“É um espaço mais informal também para relaxar mais um bocadinho, é uma semana muito intensa para muita gente, para podermos trocar alguns contactos e finalmente podermos conhecer-nos cara a cara”, acrescenta.
Apesar da distância para o palco principal da Conferência dos Oceanos, a dinamização deste espaço tem corrido bem, assegura Ana Matias.
“Temos ali um mapa que nos tem demonstrado visualmente de onde vêm as pessoas que passam por aqui e temos pessoas de todos os continentes, obviamente que mais da Europa, mas isso também demonstra a representatividade neste tipo de cimeiras”, diz, à porta do espaço, onde no interior decorre uma conversa sobre pescas.