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O relator na comissão parlamentar de inquérito a Tancos garante que, em circunstância alguma, houve indícios que levassem a concluir que o Presidente da República tinha conhecimento do caso das armas.
“A comissão parlamentar que averiguou os factos relacionados com o furto de Tancos fez uma profunda avaliação das responsabilidades políticas de todos aqueles que pudessem estar envolvidos nesses factos. E nem no acervo documental nem no conjunto de audições – que foram mais de duas dezenas – de forma alguma houve a abordagem do nome do senhor Presidente da República, seja por ter intervindo de alguma forma nos factos seja por ter conhecimento desses mesmos factos”, afirma Ricardo Bexiga à Renascença.
O relator reforça ainda que “o relatório elaborado e aprovado em sede da comissão parlamentar tem um conjunto de conclusões, quer relativas aos factos do furto quer relativas aos factos do achamento do material de Tancos e em nenhuma dessas conclusões pode haver indício de que o senhor Presidente da República tinha conhecimento de qualquer facto relacionado com Tancos”.
As declarações de Ricardo Bexiga vêm no mesmo sentido das do próprio Marcelo Rebelo de Sousa, que, em Nova Iorque, quebrou a regra de não falar de temas nacionais no estrangeiro para reagir à notícia da TVI, que dava conta do envolvimento do seu nome no processo, citando escutas da investigação ao caso de Tancos.
De acordo com a TVI, o Ministério Público acredita que o Major da Judiciária Militar, Vasco Brazão, se referia ao Presidente da República, quando falava no 'papagaio-mor do Reino' que estaria a par do encobrimento do caso – tese já desmentida pela defesa.
"Nem através do Governo, nem através de ninguém no Parlamento, nem através das chefias militares, nem através de quaisquer entidades de investigação criminal, civil ou militar, nem através de elementos da minha equipa, da Casa Civil ou da Casa Militar, nem através de terceiros, não tive" conhecimento do alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, declarou Marcelo Rebelo de Sousa às televisões, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Não é um caso de eleições”, defende Catarina Martins
Numa primeira reação da parte dos candidatos às eleições legislativas, a coordenadora do Bloco de Esquerda pede que o assunto não tenha influência no próximo ato eleitoral.
No entender de Catarina Martins, "a justiça deve fazer o seu caminho e deve apurar todas as responsabilidades e todas as consequências”.
"Portugal é uma democracia e é assim que deve funcionar", conclui.
Ao quarto dia de campanha oficial do BE, Catarina Martins visitou o Mercado de Benfica, em Lisboa, tendo sido questionada sobre o caso Tancos no final.