A catequese desta quarta-feira, sobre o zelo apostólico, foi dedicada ao Padre Matteo Ricci, jesuíta italiano que pediu para ser enviado como missionário ao Extremo Oriente.
O Papa jesuíta recordou que, depois da tentativa de Francisco Xavier, outros 25 jesuítas tinham procurado, sem sucesso, entrar na China. Mas Ricci e um dos seus companheiros prepararam-se bem, estudaram cuidadosamente a língua e os costumes chineses e, no final, conseguiram estabelecer-se a sul do país.
"Foram necessários 18 anos, com quatro etapas em quatro cidades diferentes, antes de chegarem a Pequim", afirmou.
"A sua missão seguiu sempre a via do diálogo e da amizade com todos os que encontrava e apresentava o cristianismo num diálogo positivo com a sabedoria local e com os usos e costumes da sociedade chinesa da época, sendo o anúncio do Evangelho a motivação mais profunda de todos os seus esforços."
O exemplo de vida de Matteo Ricci, unido à credibilidade que conseguiu alcançar no meio cientifico, levaram muitos de seus amigos chineses a abraçarem a fé.
"Além da doutrina, o seu testemunho de vida religiosa, de virtude e de oração, a sua caridade, a sua humildade e o seu total desinteresse por honras e riquezas também levaram muitos dos seus discípulos e amigos chineses a aceitar a fé católica."
Ricci morreu em Pequim, em 1610, aos 57 anos, e o seu método missionário, exercitado concretamente através da amizade, do diálogo e do seu amor pelo povo chinês, continua a ser "uma fonte duradoura de inspiração".
"Não apenas para todas as relações entre a Igreja Católica e a China, mas também entre a cultura ocidental e a chinesa, para que homens e mulheres de todos os países possam viver como irmãos e irmãs", disse o Papa.
No final, ao elogiar a coerência de vida daquele jesuíta, o Papa lançou uma pergunta aos fiéis presentes: "E nós? Somo coerentes como Ricci, ou somos assim-assim?"