O Presidente da República evocou esta quinta-feira as vítimas do incêndio de 2017 em Pedrógão Grande, numa mensagem em que diz que a associação que as representa tem travado "múltiplas batalhas" e "ainda trava".
O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que alastrou a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, destruiu meio milhar de casas e 50 empresas.
Num vídeo divulgado esta quinta-feira no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado assinala a passagem de "quatro anos sobre a tragédia de Pedrógão Grande" e defende que há um "dever de memória, que se renova por ocasião desta efeméride, o Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais, mas que deve ser partilhado com todos os outros dias do ano".
"Sabem que tenho estado convosco ao longo dos últimos quatro anos. Testemunhando o vosso padecimento, a vossa provação, mas também a vossa força e capacidade de ultrapassar, mostrando a todos nós que da maior dor pode nascer e afirmar-se a maior força. Assim tem sido, nas múltiplas batalhas que a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão tem travado e ainda trava", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República termina esta mensagem, gravada na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, de gravata preta, com um pedido às pessoas afetadas pelo incêndio de 2017 para que, sem esquecer as vítimas, olhem para o futuro com esperança.
"Hoje, uma vez mais, vos peço que o vosso pensamento se vire para o futuro, com renovada esperança, nunca esquecendo aqueles que recordamos. Olhemos para o futuro em homenagem àqueles que ficaram, em homenagem em nome do território que nunca abandonaram, em homenagem em nome daquilo em que se transformaram, fruto de tudo o que perderam. É um caminho que se faz, fazendo, caminhando, nunca esquecendo, mas sempre acreditando", declara.
Antes, o chefe de Estado refere que o incêndio de há quatro anos "não escolheu as vítimas", que "foram homens, foram mulheres, foram crianças, de todas as idades, tantos que sofreram e ainda sofrem, apesar dos quatro anos já volvidos, porque é um sofrimento que não passa de um momento para o outro".
"Fica connosco, fica convosco, fica com toda a sociedade portuguesa", considera.