O acordo foi negociado em pacote. António Costa foi eleito para a presidência do Conselho Europeu, ainda em junho, e Roberta Metsola já viu o seu nome aprovado por esmagadora maioria de eurodeputados para novo mandato como presidente do Parlamento Europeu.
Só falta Ursula von der Leyen. As principais famílias políticas negociaram entre si a reeleição da atual presidente da Comissão Europeia.
A questão é que o voto é secreto e, entre o otimismo e a certeza, há uma distância de 720 boletins. Só ao início da tarde desta quinta-feira é que poderemos saber se no topo da pirâmide continua o mesmo rosto.
O mais “top" dos "jobs", o mais importante dos altos cargos europeus, vai passar esta quinta-feira pelo crivo dos 720 eurodeputados, em Estrasburgo.
A equação é esta: será o acordo negociado entre o PPE, Socialistas e Liberais suficiente para garantir a reeleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão? Em declarações à Renascença, o eurodeputado Sebastião Bugalho inverte uma frase atribuída a Cavaco Silva, para manifestar o seu otimismo.
“Eu costumo enganar-me, mas sobre este caso não tenho dúvidas e acho que Ursula von der Leyen será reeleita. Daquilo que temos sentido das três famílias políticas que formaram o acordo tripartido que decidiu o futuro das lideranças europeias para os próximos anos, é que há uma união crescente nos últimos dias e que se vai consumar esta quinta-feira”, afirma o eurodeputado eleito pela AD.
Uma confiança também manifestada à Renascença pela vice-presidente da bancada Socialista e Democrata. Ana Catarina Mendes desvia-se da polémica dos contratos para as vacinas covid-19, para sublinhar que o mais importante é cumprir os acordos e votar, para que os principais protagonistas possam iniciar o trabalho.
“Estamos no início de um tempo decisivo para a União Europeia e, por isso, eu espero que Conselho, Parlamento Europeu e Comissão Europeia possam nos próximos cinco anos trabalhar em cooperação e diálogo permanentes”, sublinha a socialista Ana Catarina Mendes.
Ursula von de Leyen pode ser reeleita esta quinta-feira presidente da Comissão Europeia, mas a votação também pode ser adiada para setembro. Um terceiro cenário: se for chumbada hoje pelo Parlamento Europeu, terá de ser apresentado um novo candidato.