Gilbert F. Houngbo foi eleito esta sexta-feira pelo conselho de administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), composto por representantes dos governos, trabalhadores e empregadores.
Sucede a Guy Ryder, antigo sindicalista britânico, que dirigiu a Organização Internacional do Trabalho nos últimos dez anos.
“Numa época, infelizmente marcada por divisões, o meu compromisso de ser unificador, mantém-se: Serei o diretor-geral de ninguém e o diretor geral de todos”, referiu Houngbo, no discurso após a eleição, que decorreu na sede da OIT, em Genebra.
Assumindo que quer representar as vozes de todos os que confiam na OIT, fez questão de ser mais específico: “Estou a pensar nos quatro mil milhões de pessoas que, em todo o mundo, não têm acesso à Proteção Social; nos mais de 200 milhões de homens e mulheres que enfrentam o desemprego; nos 160 milhões de crianças em trabalho infantil; nos 1,6 mil milhões de pessoas no setor informal”.
Gilbert F. Houngbo não esqueceu as empresas e em especial as Pequenas e Médias Empresas (PME), confrontadas com interrupções nas cadeias de abastecimento ou com o encerramento devido a crises, nomeadamente a pandemia, as alterações climáticas e o conflito armado.
Lembrou também a discriminação, violência e assédio no local de trabalho e noutros lugares, a que milhões de homens, mulheres e crianças, são sujeitos.
“Todas essas são expressões da injustiça social inaceitável que somos moralmente, se não legalmente, obrigados a combater”, declarou.
Gilbert F. Houngbo venceu a eleição contra outros quatro candidatos e inicia funções no dia 1 de outubro, data em que acontecerá a tomada de posse.
O conselho de administração da OIT é composto por 56 membros titulares (28 governos, 14 empregadores e 14 trabalhadores) e 66 suplentes (28 governos, 19 empregadores e 19 representantes dos trabalhadores).
O objetivo da OIT, fundada em 1919, é promover o trabalho digno para todas as pessoas. Atualmente conta com 187 estados-membros.