Há jogadores portugueses que tentam ajudar a Turquia a levantar-se dos escombros.
Marco Paixão, avançado português de 38 anos, joga no Altay da segunda divisão turca e descreve o dia seguinte ao violento sismo que atingiu o país e faz milhares de vítimas.
Para Paixão, a hora é de “recolher bens” e de “doar sangue” para enviar para as zonas mais atingidas.
“Existem vários pontos de recolha para bens essenciais, para enviar para as pessoas nas áreas mais afetadas. Vamos comprar mantas e vários bens necessários, para enviar. Eu e a minha mulher vamos também doar sangue, para tentar ajudar”, diz a Bola Branca.
O sismo, registado na segunda-feira e que tem sido seguido de fortes réplicas, já causou a morte de mais de 7.200 pessoas na Turquia e na Síria, deixando também milhares de feridos e outros milhares sem-abrigo no frio glacial que se faz sentir na região.
Marco Paixão vive em Izmir, cidade que não foi afetada, mas o atleta alerta que o perigo está sempre à espreita.
“Perigo, na Turquia, há em todo o lado. Esta é a altura dos terramotos. Aqui em Izmir, onde vivo, também há terramotos todos os anos. Há dois anos houve um muito grande, onde também caíram edifícios e morreram algumas pessoas. É impossível precaver-se este tipo de situações, é muito difícil”, explica à Renascença.
Todas as competições de futebol estão paradas, provisoriamente. No caso do Altay, a equipa continua a treinar, mas Marco Paixão descreve um cenário emocionalmente difícil.
“Continuamos a treinar normalmente, mas os treinos são um bocado forçados, obviamente. A moral está em baixo, estamos todos muito desgastados. Estamos à espera de notícias da federação, em princípio a Liga vai parar duas semanas”, conta.
O atacante português revela que mantém conversas com os compatriotas, que jogam também na Turquia.
“Temos falado e vamos vendo o que se passa, mas têm sido dias muito complicados”, conclui.
A Turquia está, a partir de hoje e durante os próximos três meses, em estado de emergência.