O surto do coronavírus Covid-19 matou mais 115 pessoas esta quinta-feira na província chinesa de Hubei, onde começou a epidemia. De acordo com a contagem da Comissão de Saúde local já morreram 2.239 pessoas na China continental.
De acordo com as autoridades de saúde da província Hubei, a maioria das mortes foi registada em Wuhan, onde o novo coronavírus foi detetado no final de 2019.
Foram confirmados 411 novos casos da doença na quinta-feira, uma subida em relação às 349 infeções registadas no dia anterior.
O coronavírus Covid-19 já infetou mais de 76 mil pessoas a nível mundial.
Além dos mais de 2.200 mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França, uma em Taiwan e uma na Coreia do Sul.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, há 45 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.
OMS lamenta pouca recetividade da comunidade internacional para combater epidemia
A Organização Mundial da Saúde lamentou, esta quinta-feira, que a comunidade internacional não esteja a responder da forma esperada ao apelo para a criação de um fundo de 613 milhões de euros para combater a epidemia causada pelo novo coronavírus.
"Tendo em conta a urgência, e que estamos a combater um inimigo muito perigoso, surpreende-nos que a resposta não tenha sido a esperada, pelo que pedimos à comunidade internacional que o leve muito a sério", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na conferência diária do organismo sobre a epidemia.
O médico etíope sublinhou que, "graças às medidas tomadas pela China, o número de pessoas afetadas no resto do mundo continua baixo, mas isso não significa que vai ser sempre assim".
"Temos de aproveitar o momento presente, em que o vírus ainda é controlável", sublinhou, alertando: "se não agirmos agora poderemos enfrentar um grave problema".
No passado dia 5 de fevereiro, a OMS lançou uma petição internacional para angariar 613 milhões de euros para financiar as suas operações face à epidemia e para financiar sistemas de prevenção do coronavírus em países com sistemas de saúde fracos.
Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou na conferência que a equipa da OMS, que está desde a semana passada a trabalhar na China para investigar a origem da doença, é composta por especialistas de centros de investigação com sede na Rússia, Estados Unidos, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Nigéria e Alemanha.
Anunciou ainda que, desde quarta-feira, será realizado semanalmente o chamado Conselho de Segurança da Saúde da OMS, em que ele e os diretores regionais da OMS se reunirão para analisar e coordenar uma resposta contra a epidemia.
A OMS espera ter dentro de cerca de três semanas os resultados dos ensaios clínicos de dois tratamentos para doentes do Covid-19, que os centros de investigação chineses estão a realizar e para os quais a organização priorizou outros estudos.