O secretário-geral do PCP considerou este sábado que o cargo de Presidente da República “não é um jarrão decorativo” no ordenamento jurídico português e que o voto em João Ferreira é o único “verdadeiramente útil” nas presidenciais.
Numa sessão pública realizada em Aljustrel, no distrito de Beja, no âmbito da pré-campanha da candidatura de João Ferreira, apoiado pelo PCP, Jerónimo de Sousa vincou que as eleições para a Presidência da República “são particularmente importantes”, dadas “as funções que lhe estão cometidas”.
“O Presidente da República não é um ‘jarrão decorativo’ para enfeitar o ordenamento jurídico português. Os poderes de que dispõe, se usados na boa direção, permitiriam, pela sua influência, assegurar políticas de defesa desse outro rumo ao serviço do povo e do país”, disse.
Para o líder comunista, a ação do Presidente da República, “se determinada e corajosa”, pode igualmente “impedir ou atrasar medidas lesivas dos interesses populares”.
Por tudo isto, Jerónimo de Sousa sublinhou que a candidatura de João Ferreira é “única”, “singular” e “distinta de todas as outras”, sendo “necessária, indispensável e insubstituível”.
“É uma candidatura diferente que não se confunde com nenhuma das outras candidaturas, por mais de esquerda que se autoafirmem ou por mais preocupações sociais que proclamem”, disse.
A duas semanas das eleições presidenciais, Jerónimo de Sousa recusou igualmente a ideia de haver “vencedores antecipados”.
“É no fim que se contam os votos e se confirmam os resultados. E neste momento em que nos aproximamos do dia das eleições, o que assistimos é ao crescimento e à afirmação da candidatura de João Ferreira”, vincou.
O secretário-geral do PCP aproveitou a ocasião para reforçar o apelo ao voto em João Ferreira, o único “verdadeiramente útil” para a “construção de um Portugal desenvolvido, de justiça e de progresso”.
“O voto em João Ferreira nunca será um voto nem perdido nem traído. São votos que não se perdem em nenhuma circunstância, mas que se traduzirão sempre em alavancas para o desenvolvimento da luta futura por um Portugal mais justo e solidário”, concluiu.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral arranca este domingo e decorre até 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia.
Concorrem às eleições sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo BE), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).