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O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) critica o apelo da TAP aos tripulantes para ocuparem outras funções, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 entre os trabalhadores da companhia aérea.
Numa mensagem interna, o SNPVAC diz que existem outras medidas, como a reposição do período normal de trabalho.
Em causa estão dificuldades de pessoal. Para dar resposta às necessidades, a TAP pediu aos tripulantes graduados, chefes de cabine, que assumissem de forma voluntária outras funções, o que não foi bem acolhido pelo sindicado. Muitos profissionais terão ficado em isolamento, segundo a nota citada pela agência Lusa.
O SNPVAC recorda outras respostas possíveis às atuais dificuldades de operação, como “a reposição do período normal de trabalho para 100%, aumentando assim também o rendimento dos tripulantes".
O sindicato lembra que já tinha antecipado as atuais dificuldades. "Atempadamente avisamos e não nos enganamos nas previsões: a situação pandémica agravou-se novamente e os isolamentos voltaram a colocar pressão na operação", lê-se na mesma nota.
Na mensagem enviada esta semana, assinada pela diretora de tripulantes da cabine, a TAP esclarece que estes convites para funções menores são um último recurso para evitar cancelamentos.
“Têm sido realizados pelo SOE [Serviço de Operações e Escalas] convites a tripulantes CCB [chefes de cabine] para operarem na função de CAB [comissários/assistentes de bordo] em voos para os quais não foi possível completar a tripulação pelos processos normais, sendo este tipo de convite utilizado apenas como último recurso depois de esgotadas todas as alternativas de solução no dia da operação, e de forma a evitar o cancelamento iminente do voo", informou a companhia.
O sindicato demarca-se desta medida e diz que não foi consultado. “Pela primeira vez, (a TAP) reconhece que está a fazer um convite aos tripulantes de cabine que 'extravasa claramente os princípios estabelecidos em AE' [acordo de empresa]", acrescenta.
Garantem que “os tripulantes tudo têm feito para que os voos possam manter a sua atividade normal, incluindo trabalhar nas folgas, adiar férias, etc”. Acreditam que com a entrada em vigor das novas regras da DGS [Direção-Geral da Saúde], nomeadamente a redução do tempo de isolamento para os positivos assintomáticos, “esta situação se possa atenuar".
A TAP comunicou aos trabalhadores que este é apenas um pedido extraordinário, “não pretende constituir qualquer tipo de pressão”, a empresa só quer ajuda para “ ultrapassar a imprevisibilidade e complexidade que a atual situação representa para a gestão das tripulações, em consequência do elevado número de tripulantes em isolamento, e dos muitos voos em risco de cancelar".
Segundo a TAP, "diariamente tem havido um elevado número de baixas, tendo-se atingido um pico diário de cerca de 80 ocorrências, e, só entre os dias 31 de dezembro e 1 de janeiro foram efetuados 24 cancelamentos".