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A ministra da Saúde ordenou os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo a suspender de imediato toda a atividade não urgente, no dia em que os novos casos de Covid-19 atingiram um novo valor máximo, com registo de mais de 10 mil infeções.
A ordem da ministra consta de um email ao presidente do Conselho de Administração dos Hospitais do SNS da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo a que os jornais “Expresso” e “Público” tiveram acesso e citam nas suas edições online.
No email pode-se ler que “todos os hospitais devem garantir a alocação de meios humanos à área dos cuidados críticos, de modo a maximizar toda a capacidade de resposta nesta área” e ainda que “todos os hospitais devem suspender a actividade assistencial programada não urgente que possa reverter em reforço de cuidados ao doente crítico.”
O Ministério teme que o grande aumento de casos positivos se faça sentir numa maior procura dos hospitais nos próximos dias, numa altura em que muitos hospitais em Portugal já estão perto do seu limite.
O Governo tem dito repetidamente que tem capacidade de aumentar as vagas para casos Covid se assim for necessário e ainda resta a possibilidade de se recorrer aos hospitais privados e a soluções de emergência como os chamados hospitais de campanha.
O aumento de casos acontece cerca de duas semanas depois dos festejos do Natal, altura em que as regras de confinamento ordenadas pelo Governo foram temporariamente suspensas, apelando-se antes ao bom-senso dos portugueses.
O Ministério terá respondido a um pedido de esclarecimento do “Público”, explicando que “a orientação sobre actividade a cancelar é, como tem sido sempre, para situações de actividade assistencial programada (não urgente) que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância. Com efeito, o que se pretende é assegurar que, sendo necessário, existe aumento da capacidade de resposta ao doente crítico”.
Norte sem ordem para suspender atividade não urgente
Esta ordem dada pelo Ministério da Saúde aos hospitais de Lisboa não se aplica, por agora, à região Norte. A informação foi confirmada à Renascença pela Administração Regional de Saúde (DGS) do Norte.
A medida não seria necessária, para já, no Hospital de S. João, adiantou à Renascença o diretor do serviço de infeciologia, António Sarmento.
“Para já, não entramos na fase de fechar as portas e abri-las apenas aos doentes urgentes, covid e não covid. No eu serviço temos notado estabilidade. O número de doentes que entram não é maior do que o número daqueles que saem.”
“Neste momento, temos lugar para todos os doentes, covid e não covid, que precisamos de tratar. Se a situação aumentar, temos de desativar áreas usadas em atividades programadas e passarem a ser áreas de internamento covid. O que está completamente assente é que aquilo que for urgente não vãos deixar de tratar, seja covid ou não seja covid”, sublinha o infeciologista António Sarmento.
Portugal contabiliza pelo menos 7.286 mortos associados à Covid-19 em 436.579 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O estado de emergência decretado em 9 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 7 de janeiro, com recolher obrigatório entre as 23h00 e as 05h00 nos concelhos do território do continente com risco de contágio mais elevado.
[notícia atualizada]