No dia em que Vladimir Putin falou ao país para anunciar uma escalada da guerra e acusar o Ocidente de chantagem, Francisco denuncia no Vaticano a situação “terrível” na Ucrânia, provocada pela invasão russa, acrescentado que recebeu relatos de “monstruosidades”.
No final da audiência-geral desta quarta-feira, revelou parte de uma conversa telefónica com o seu enviado à Ucrânia com relatos sobre torturas, na região de Odessa. “Contou-me a dor daquele povo, as selvajarias, as monstruosidades, os cadáveres torturados que se encontram”, indicou o Papa, lembrando que o cardeal Konrad Krajewski, na sua quarta missão ao país, tem estado a distribuir ajuda na zona de Odessa e nas regiões orientais da Ucrânia.
“Gostaria de tornar presente a terrível situação da martirizada Ucrânia”, disse na Praça de São Pedro.
“Unamo-nos a este povo, tão nobre e mártir”, pediu.
Após o discurso de Putin, o ministro da Defesa russo anunciou a mobilização de 300 mil reservistas e reconheceu que o país perdeu 5.937 soldados durante a campanha na Ucrânia iniciada em fevereiro.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar "todos os meios" ao seu dispor para "se proteger", declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.
Francisco lembrou também o Dia Mundial do Alzheimer. “Hoje decorre o Dia Mundial do Alzheimer, uma doença que atinge tantas pessoas e que por causa dessa patologia são colocadas à margem da sociedade”, assinalou.
“Rezemos pelos doentes de alzheimer, pelos seus familiares e por aqueles que cuidam deles, para que sejam sempre apoiados e ajudados”, apelou.