As comparações entre Opus Dei e Maçonaria não fazem sentido e só acontecem em Portugal, afirma o vigário do Opus Dei em Portugal, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.
“Fico sempre perplexo. Por um lado, é um fenómeno nacional. Pôr o Opus Dei e a Maçonaria lado a lado não acontece noutros países, acontece só aqui”, diz o padre José Rafael Espírito Santo.
O vigário desta organização da Igreja Católica desconhece a forma de actuação da Maçonaria, mas garante que no Opus Dei “há uma liberdade plena”.
“Não há nada de segredo e a intervenção que as pessoas têm na sociedade é uma intervenção livre e autónoma”, sublinha.
O padre José Rafael Espírito Santo refere que “há uma incompatibilidade de fundo” entre ser católica e pertencer à Maçonaria, porque os maçons têm “como princípio a razão natural”, que “não aceita a revelação e uma manifestação de Deus”.
"Afirmação falsa e grave"
Um estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos concluiu que o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por interesses e lealdades a partidos, Maçonaria e Opus Dei.
Nesta entrevista à Renascença, o padre José Rafael Espírito Santo garante que se trata de uma “afirmação falsa e grave, insinua coisas que seriam graves e é bom sejam esclarecidas”.
“Rejeita-se, expressamente, que alguém possa dar algum trato de favor a outra pessoa simplesmente porque a conhece do seu relacionamento com o Opus Dei. Qualquer pessoa do Opus Dei lhe diz isso, qualquer pessoa que vá aos meios de formação do Opus Dei se apercebe disso”, refere o vigário da instituição.
O Opus Dei não é uma organização elitista e não está concentrada no poder, na política e nos negócios, sublinha.
Um dos aspectos nucleares da mensagem do Opus Dei, afirma o padre José Rafael Espírito Santo, “é que cada profissão, seja ela qual for é instrumento e matéria de santificação. O importante é que cada pessoa procure viver a sua relação com Deus, encontrando Deus no seu trabalho”.