É inaugurado este domingo o novo eixo central de Lisboa.
A câmara municipal preparou diversas actividades desportivas e animação de rua para marcar o fim da intervenção ao longo das avenidas da República e Fontes Pereira de Melo.
Mas a oposição critica o programa, que descreve como uma autêntica festa socialista antes das eleições autárquicas.
O vereador do CDS em Lisboa, João Gonçalves Pereira, aponta erros à intervenção no eixo central, muitos deles relacionados com estacionamento, e acusa Fernando Medina de ter feito uma intervenção à pressa com uma intenção clara.
“Parece evidente para todos os lisboetas que isto é uma festa socialista, uma acção de campanha, e os lisboetas já perceberam que vão assistir a várias até às eleições”, afirma.
Gonçalves Pereira diz ainda que “se não fosse a pressão do CDS, através da sua proposta de alteração e da identificação no projecto de Fernando Medina de alguns dos erros que ele tinha”, estes não teriam sido corrigidos, e dá como exemplo a não eliminação de tantos lugares de estacionamento como inicialmente previsto e a redução de ciclovias na Avenida da República para apenas uma em vez de duas.
Quanto ao resultado das obras é preciso esperar algum tempo, diz o vereador do CDS e depois faz-se o balanço.
“O CDS irá apresentar brevemente um conjunto de erros que existem neste mesmo projecto e que, eu acredito, a câmara terá de lançar uma nova empreitada para corrigir. Deixemos que a festa socialista seja feita, depois há outro dia a seguir, que é o dia da vida normal e da circulação no centro da cidade.”
O projecto do Eixo Central, em obras desde maio passado, possibilitou o alargamento dos passeios, a criação de zonas verdes, a repavimentação das faixas de rodagem, o reordenamento do estacionamento e a criação de uma ciclovia bidireccional.
7,5 milhões, mais 50 mil
A intervenção, orçada em 7,5 milhões de euros, gerou a contestação de moradores e comerciantes pelos impactos no tráfego e no estacionamento.
Os festejos deste domingo custaram à Câmara outros 50 mil euros. Das actividades, que se iniciam às 10h00 e decorrem até às 17h00, fazem parte concertos, animação de rua e mega aulas de zumba, de “fitness” e de dança, às quais acresce a montagem de bancas de “street food” (comida de rua) e de artesanato.
Num esclarecimento enviado à agência Lusa, a autarquia indica que “a esmagadora maioria das actividades não representam encargos (...), sendo o resultado de parcerias que a Câmara Municipal estabeleceu com entidades privadas, clubes e associações da cidade de Lisboa, como o Holmes Place, o Supera, o Ginásio Clube Português e a Associação de Xadrez de Lisboa”.
No que toca à “montagem das estruturas físicas de som e electricidade, recorre-se de forma significativa a meios próprios da Câmara”, acrescenta o município.
Quanto ao custo global da iniciativa, ronda os 50 mil euros, sendo que “o grosso da despesa são os custos com a publicidade na imprensa, 19.543 euros”.
No local das festividades, Fernando Medina não deixou de se mostrar satisfeito com a conclusão das obras e descarta as críticas. "Quando não há muita substância para criticar, faz-se uma crítica dessa natureza. Esta é uma obra que está no programa do Governo da cidade, começou dentro do prazo previsto, acabou dentro do prazo previsto. Esta foi uma obra que correu bem e que é hoje devolvida às pessoas".
[Notícia actualizada às 14h17]