O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou esta terça-feira que, caso vença, vai a eleições legislativas para ganhar e não para "sustentar governos socialistas", privilegiando entendimentos com a direita.
Paulo Rangel falava aos jornalistas à entrada para um almoço com militantes sociais-democratas no concelho de Santana, no norte da Madeira.
Interrogado se está disponível para entendimentos com o PS, caso seja eleito líder do PSD e primeiro-ministro, Rangel vincou que vai “a eleições para as ganhar”.
“Eu, sendo eleito líder do PSD, irei a eleições para as ganhar. Não irei para fazer entendimentos para sustentar governos do Partido Socialista”, reforçou, acrescentando que o voto no PS é “inútil porque agora não tem a geringonça e não vai ser capaz de refazer um acordo à esquerda”.
“E, por outro lado, é também um voto injusto. Porque se nós estamos na situação de impasse que se vive hoje em Portugal isso deve-se ao Partido Socialista”, considerou.
No entanto, caso seja candidato a primeiro-ministro e não consiga a maioria absoluta, Paulo Rangel admitiu negociar com a direita.
“Se esta não for possível [maioria absoluta], há os partidos a começar pelo CDS-PP, pela Iniciativa Liberal, que são partidos com quem nós temos muito boas relações e com quem podemos fazer um entendimento que pode levar à maioria absoluta”, afirmou.
Questionado, igualmente, sobre uma coligação com o CDS-PP às legislativas antecipadas, marcadas para 30 de janeiro, Rangel insistiu que irá propor que “o PSD vá sozinho às eleições legislativas de 2022".
Já sobre a elaboração das listas, disse não querer responder a questões internas, mas notou que “é evidente que o novo líder, que é o candidato a primeiro-ministro, é a pessoa que será responsável pela feitura”.
O eurodeputado e candidato à liderança do PSD fez ainda um balanço positivo da visita à Madeira, no âmbito da campanha para as eleições internas do partido, que começou na segunda-feira e termina hoje à tarde.
Paulo Rangel observou que pessoas estão mais interessadas no futuro do país do que nas guerras partidárias, reiterando que “a grande preocupação neste momento é saber que projeto é que o PSD tem para Portugal”.
“Chegou a altura de vir alguém dizer com toda a clareza. É preciso reformar Portugal, é preciso criar riqueza. Não tenhamos medo das palavras, nós só podemos combater a pobreza, nos só podemos distribuir alguma riqueza se a criarmos”, realçou o candidato à liderança dos sociais-democratas, cujas internas se realizam em 27 de novembro.