O secretário-geral da Fenprof reforçou esta sexta-feira o apelo à convergência na defesa dos direitos dos docentes e da escola pública, mas reconheceu que o mais importante é que as organizações lutem pelo mesmo.
“Não temos de estar todos no mesmo lugar, ao mesmo tempo. É preciso é que estejamos todos a lutar pelo mesmo, e lutar pelo mesmo é, no nosso caso, lutar pelos direitos dos professores, pelos direitos da escola e por um país com futuro”, afirmou Mário Nogueira.
O líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), discursava no final do acampamento que ocupou, desde terça-feira, o espaço em frente ao Ministério da Educação, numa iniciativa com o objetivo de exigir respostas às reivindicações dos docentes.
O acampamento foi uma das várias ações de protesto organizadas ao longo das últimas semanas, numa contestação que se tem feito a várias vozes, com iniciativas promovidas por diferentes sindicatos, incluindo greves e manifestações.
Afirmando que todas as ações são legítimas e que “reforçam a luta de quem trabalha e de quem ensina” Mário Nogueira reforçou, ainda assim, o apelo à convergência entre as várias organizações sindicais a partir da próxima semana, quando se inicia uma greve por distritos convocada por oito sindicatos, incluindo a Fenprof.
O Ministério da Educação convocou para os dias 18 e 20 a terceira ronda negocial sobre a revisão do regime de recrutamento e mobilidade de pessoal docente. Com encontro marcado para sexta-feira, a Fenprof pediu à tutela a marcação de uma única reunião com todos os sindicatos.
“Pensamos que quantos mais formos e estivermos juntos, mais fortes seremos e, por isso, a Fenprof e estes outros sindicatos apressamo-nos a requerer ao Ministério uma mesa única negocial, porque confiamos que todos temos um só objetivo”, explicou.
No mesmo dia, em 20 de janeiro, os oito sindicatos organizam também uma concentração em frente ao Ministério da Educação, onde Mário Nogueira espera juntar milhares de docentes.
“Queremos que a reunião de dia 20 seja marcante e se não houver as respostas que queremos, prosseguimos até ao dia 11 de fevereiro”, acrescentou o secretário-geral, recordando que nesse dia realiza-se uma manifestação em Lisboa.
Nessa altura, os professores avaliam novas ações de protesto que juntem, preferencialmente, as várias organizações sindicais.
“A Fenprof só tem um adversário nesta luta, chama-se Governo e Ministério da Educação”, acrescentou Mário Nogueira, afirmando que se o Governo “acha que investir na profissão docente sai caro, então que pense o custo que terá a desvalorização da profissão e da escola pública”.
A propósito das iniciativas organizadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que promoveu uma greve por tempo indeterminado, iniciada em 09 de dezembro, e realiza no sábado uma marcha em Lisboa, Mário Nogueira disse desejar “que seja uma grande iniciativa”.
Sobre o acampamento de quatro dias que terminou hoje, o líder da Fenprof, que também pernoitou em frente ao Ministério da Educação na última noite, disse que “foi, de facto, uma grande luta”.
As deputadas Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Paula Santos, PCP, estiveram presentes no último dia.
No final do discurso, rapidamente se desmontaram as tendas e os dirigentes sindicais regressaram a casa, de mochilas às costas, colchões e cobertores. A partir de segunda-feira, a contestação continua com uma greve por distritos, durante 18 dias, convocada em convergência com outros sete sindicatos.