Durante dois anos, entre 2020 e 2021, o fotógrafo José Manuel Rodrigues, com o seu olhar peculiar, registou a transformação da paisagem alentejana e a destruição do património cultural da região.
O convite, para o efeito, partiu da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA), com o objetivo de “sensibilizar para a urgência da defesa dos valores patrimoniais e culturais”, neste caso concreto, através do trabalho de um dos maiores fotógrafos portugueses.
“Em toda a região histórica do Alentejo contam-se, atualmente, largas dezenas de monumentos e sítios patrimoniais e culturais destruídos, como povoados pré-históricos, monumentos megalíticos, sobretudo antas, pontes e villas romanas, entre outras tipologias”, menciona a nota de apresentação enviada à Renascença.
O projeto deu origem à exposição de fotografia “Natureza Morta”, que vai ser inaugurada esta quinta-feira, dia 10, às 18h00, na Galeria INATEL, na cidade de Évora.
A mostra consiste num “conjunto de trabalhos fotográficos de grande qualidade artística e estética, mas também de grande dureza que nos interpela, sem lugar para a indiferença”.
A nota da DRCA recorda, também, que a problemática do património cultural, “a todos respeita” e que “o interesse geral e público plasmado na Constituição da República Portuguesa e na Lei do Património Cultural”, exige um trabalho de chamada de “atenção e de sensibilização para esta perda de valores culturais e patrimoniais na nossa região”.
Na inauguração vai ser, ainda, apresentado o catálogo da exposição “Natureza Morta”, que conta com texto do cientista e crítico de arte, Jorge Calado.
Financiada pelo programa INTERREG/Projeto Magalhães ICC, a mostra que conta com o apoio da Fundação INATEL e da Câmara Municipal de Évora, pode ser visitada até dia 10 de março, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e, ao fim de semana, entre as 10h e as 17h30. Depois deste período, terá uma itinerância no Alentejo e em Lisboa.