O Norte é historicamente, desde 1976, a região que mais votou nas eleições presidenciais em Portugal e os eleitores dos Açores são os mais abstencionistas, segundo dados da Pordata.
Nos últimos 45 anos, a taxa de abstenção na região Norte variou entre 14,5%, nas eleições de 1980, em que a média nacional foi de 15,8%, e 50,5% em 2011, quando a média nacional foi de 53,5%, de acordo com estatísticas da Pordata, da Fundação Manuel dos Santos, a partir de dados da administração eleitoral, a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
No pólo oposto, a região autónoma dos Açores registou recordes de abstenção.
Se nas primeiras eleições presidenciais de 1976 a média da abstenção foi 24,6%, nas nove ilhas açorianas, contra a média nacional de 32,2%, o número foi sempre crescendo até 2016 e atingiu 69,1% (média nacional de 51,3%).
Descendo ao nível local, e fazendo contas, conclui-se que foi em 1980, em Avis, concelho alentejano do distrito de Portalegre, onde se bateu um recorde de participação eleitoral: votaram 92,4% dos 4.713 eleitores recenseados.
Nas últimas presidenciais, foi em Vila de Rei, concelho do distrito de Castelo Branco onde fica o centro geodésico do país, onde a abstenção foi mais baixa, dado que votaram 67,2% dos 2.834 eleitores.
Além de Vila de Rei, Mação e Sardoal, no distrito de Santarém, são outros concelhos onde, desde 1976, a abstenção foi sempre abaixo dos 40%.
A abstenção tem vindo a subir ao longo dos anos, evoluindo do mínimo de 15,8%, em 1980, ano em que Ramalho Eanes foi eleito e bateu outro general, Soares Carneiro, aos 53,5% em 2011, na reeleição de Cavaco Silva.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral decorre entre 10 e 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).