Agentes da PSP queixam-se de investigar com viatura própria... ou de autocarro
30-01-2017 - 16:48

Associação sindical denuncia “escassez” de viaturas policiais na Divisão de Investigação Criminal do Porto.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) considerou, esta segunda-feira, “inadmissível” que polícias da Divisão de Investigação Criminal do Porto tenham de utilizar carros próprios ou transportes públicos em serviço, devido à “escassez” de viaturas policiais.

“Já viu o problema que é, por exemplo, um polícia de investigação criminal fazer uma diligência em transporte público?”, questionou Paulo Rodrigues.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP/PSP acrescentou que há mesmo registo de casos em que as diligências tiveram de ser adiadas, por falta de viaturas disponíveis. “É uma situação inadmissível”, critica.

Para Paulo Rodrigues, a solução passa pela “afectação específica” das viaturas às várias divisões da PSP.

“Quando há entrega de viaturas, deve ficar desde logo bem claro quantas são para a divisão x e quantas são para a divisão y. Da forma generalizada como as entregas têm vindo a ser feitas aos comandos, situações como a da Divisão de Investigação Criminal do Porto hão de com certeza repetir-se”, disse.

O "Jornal de Notícias" noticia esta segunda-feira que "para todas investigações em curso nas esquadras de investigação criminal da PSP do Porto existe apenas uma viatura disponível".

Contactado pela Lusa, o Comando Metropolitano do Porto da PSP, respondeu, por escrito, que “a gestão dos recursos é feita de forma integrada, pelo que a capacidade operacional das subunidades está sempre assegurada”.

O mesmo comando diz ainda que a sua missão de garantir a ordem e tranquilidade públicas e de prevenir e combater a criminalidade “não foi, nem será, posta em causa, como decorre da tendência de diminuição generalizada da criminalidade na sua área de intervenção”.

Uma visão diferente tem a ASPP/PSP, que, em comunicado, diz que a escassez de viaturas, a manter-se, “poderá colocar em causa a qualidade do serviço prestado aos cidadãos”.

Acrescenta que vai solicitar à ministra da Administração Interna que se desloque ao Comando Metropolitano do Porto para se inteirar, no terreno, da situação.

Paralelamente, a ASPP/PSP vai pedir a intervenção da Inspecção-Geral da Administração Interna.

A ASPP/PSP considera “inadmissível” que o Ministério da Administração Interna não tenha ainda dado “qualquer sinal” de alterações na resolução dos problemas daquele comando.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete de Constança Urbano de Sousa disse que o Ministério da Administração Interna “não comenta posições de sindicatos”.