A justiça alemã abriu esta sexta-feira uma investigação por “homicídio negligente” contra o chefe do distrito de Ahrweiler (oeste), um dos mais afetados pelas inundações de meados de julho, que provocaram mais de uma centena de mortos.
Após um exame inicial do caso, o Ministério Público de Koblenz anunciou que tinha “confirmado as suspeitas iniciais de homicídio negligente e lesões corporais por negligência (...) e abriu uma investigação”.
Na segunda-feira, o Ministério Público com competência no estado da Renânia-Palatinado, a que pertence Ahrweiler, tinha anunciado que estava a “estudar a abertura de um inquérito preliminar com base em suspeitas de homicídios e de ferimentos involuntários”.
As inundações de 14 e 15 de julho provocaram pelo menos 186 mortos na Alemanha, 138 dos quais só na região da Renânia-Palatinado.
As cheias atingiram igualmente a Bélgica, onde 38 pessoas morreram. Também neste país, um juiz de instrução está a investigar eventuais responsabilidades criminais, relacionadas com uma falha na precaução e nos alertas.
No fim de semana passado, o jornal Frankurter Allgemeine Zeitung afirmou que o distrito de Ahrweiler, a oeste de Bona, não tinha reagido de imediato aos alertas da Agência Regional para o Ambiente.
De acordo com o jornal, aquela autoridade informou, na tarde de 14 de julho, as autoridades locais de um elevado risco de cheias, agravando ainda mais a sua previsão ao fim da tarde.
O distrito declarou o estado de calamidade pelas 23h00, ordenando uma evacuação parcial da zona, quando o nível das águas tinha já subido e invadido aldeias e habitações.
As autoridades distritais rejeitam tais acusações.