Pedalar e caminhar é seguro e saudável e deve ser amplamente praticado. Este é o “slogan” que pretende incentivar os portugueses a optar cada vez mais por formas de mobilidade amigas do ambiente para percorrer pequenas distâncias no seu quotidiano, nomeadamente para a escola ou para o trabalho.
“O objetivo é que as pessoas vejam o modo ciclável como a primeira opção, a opção natural”, frisou o secretário adjunto e da Mobilidade, José Mendes, na apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, que decorreu esta quinta-feira, no Barreiro.
Os transportes e a mobilidade são responsáveis por um quarto da emissão de gases com efeito de estufa, por isso, é preciso apostar nos transportes públicos, mas também, e promover o acesso das pessoas a mais oportunidades de mobilidade, como as bicicletas ou as trotinetes. Depois das redes de Metro, renovação de frotas de autocarros, chegámos à mobilidade ciclável, referiu José Mendes.
Investimento, mudança e metas ambiciosas
Em 2011, segundo os Censos, apenas 0,5% das viagens eram feitas de bicicleta. Hoje a realidade é diferente, mas distante da de outras cidades europeias.
O objetivo é que em 2030 sejam 7,5%; que em vez dos atuais 2.000 os quilómetros de ciclovias sejam 10 mil e que a sinistralidade de peões e condutores de velocípedes caia para metade - o ano passado morreram 155 pessoas e outras 600 ficaram gravemente feridas.
970 milhões de euros é o investimento do Estado na mobilidade, multimobilidade e reabilitação urbana. Com o apoio no âmbito dos programas Portugal 2020.
Na apresentação, José Mendes referiu algumas medidas “emblemáticas” para atingir os objetivos: os alunos vão ter mais uma disciplina, que os vai acompanhar desde o 1º ciclo até ao secundário, aprender a andar de bicicleta; o possível alargamento do seguro escolar para crianças que usam a bicicleta, medidas de “acalmia de tráfego” com introdução de mais zonas de velocidade máximo de 30 quilómetros po hora, benefícios para as empresas que disponibilizam aos seus trabalhadores frotas não motorizadas e a inevitável complementaridade com os transportes públicos, que devem ser cada vez mais limpos”.
A Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa vai estar em discussão pública no próximo mês.
Transportes amigos do ambiente: o Barreiro é um exemplo
A apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa decorreu no Barreiro, autarquia que foi referida como bom exemplo: toda a frota de autocarros dos Transportes Coletivos do Barreiro vai ser renovada com 60 novos autocarros ainda este ano.
O primeiro-ministro, António Costa, entregou simbolicamente a chave do primeiro veículo movido a gás natural ao presidente da autarquia, Frederico Rosa.
Até agora já foram entregues 139 dos 700 autocarros de “elevada performance ambiental” a vários municípios, referiu o ministro do Ambiente e Transição Energética. O investimento de 200 milhões de euros.
O primeiro-ministro diz que, além de “amigos” do ambiente, os autocarros também são amigos da economia porque são fabricados em Portugal.
A aposta na modernização de transportes públicos, que inclui também a aquisição de barcos para a Transtejo, composições para o Metro de Lisboa e Porto e expansão das redes de Metro, envolvem investimentos de 750 milhões de euros. Além do concurso para a compra de 22 composições para os comboios regionais da CP.
António Costa fez questão de “descansar aqueles que dizem que o Governo está a baixar os preços dos passes, mas não se preocupa com o aumento da oferta”.
Reafirmou as medidas adotadas para chegar a uma conclusão: nos quatro anos desta legislatura “vamos investir quatro vezes mais do que o que foi investido na legislatura anterior em transportes públicos”.