“Intersectio” é a designação do novo projeto expositivo que o Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora, acolhe a partir de sábado, 28 de janeiro.
A mostra, “que explora as relações imotivadas e improváveis entre obras de artistas da coleção de arte contemporânea do Montepio Geral - Associação Mutualista e obras de artistas pertencentes ao acervo da FEA”, reparte-se por três momentos a desenvolver ao longo deste ano, a começar pela apresentação de obras de José de Carvalho e de Peter Halley.
“José de Carvalho foi um artista autodidata e abertamente dedicado à experimentação. Além da pintura, cultivou a performance, o vídeo e a instalação. Os seus trabalhos apresentam um cunho provocatório, frequentemente convocando a presença de elementos de violência temática e formal, traços que amigos e companheiros apontam como reconhecíveis na sua personalidade”, pode ler-se numa nota da FEA enviada à Renascença.
Já sobre o norte-americano, Peter Halley, é considerado “um dos impulsionadores do movimento Neo-Geo, corrente nascida na década de 80 do século XX e fortemente associado ao abstracionismo geométrico, do qual também fez parte o artista plástico Jeff Koons”.
A sua obra pictórica “caracteriza-se pela criação de motivos geométricos associando-os a uma gramática do mundo contemporâneo, fortemente marcada pela malha urbana ou pelo sistema de redes”.
Cruzamentos, intersecções e descobertas
O projeto exposição “Intersectio” instala-se no “ponto mínimo de contacto vicinal”, explorando “as relações imotivadas e improváveis” entre obras de artistas da coleção de arte contemporânea do Montepio Geral e obras de artistas pertencentes ao acervo da FEA.
Ao longo de 2023, vão ser apresentados três projetos expositivos nos quais, refere a instituição, “a plasticidade rugosa do eborense José Carvalho se confronta com as redes geométricas de Peter Halley (#1), António Charrua interpela cromaticamente Pedro Cabrita Reis (#2), e o Palolo das cores pop dos anos 70 revisita uma sua criação de juventude (#3)”.
“Em cada um destes pontos de intersecção estabelecem-se conexões inesperadas, emergem relações porosas e abrem-se aos estímulos múltiplos vasos comunicantes”, destacam os curadores João Sameiro e José Alberto Ferreira, que desafiam os visitantes a estabelecerem também “cruzamentos, intersecções e descobertas”.
A exposição, que vai ficar patente no CAC, em Évora, tem entrada livre e insere-se na programação da FEA para 2023, precisamente o ano em que celebra 60 anos de vida.