O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, admite que poderá haver no Orçamento do Estado para 2017 margem para uma "correcção" das pensões, para além da actualização anual das mesmas, que depende da taxa de inflação.
"O valor das pensões será actualizado segundo a forma de cálculo conhecida que é diferenciada em função do valor das pensões e poderá haver, na elaboração final do Orçamento do Estado, creio que há condições para isso, uma correcção relativamente à forte quebra de rendimentos reais que os pensionistas tiveram", disse Vieira da Silva.
O ministro, que falava aos jornalistas no final de uma intervenção proferida numa sessão comemorativa dos 25 anos do Conselho Económico e Social (CES), na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, não quis comprometer-se quanto ao valor dessa "correcção" nem mesmo quanto aos prazos de aplicação dessa subida, remetendo esclarecimentos para depois da apresentação do Orçamento.
No entanto, reforçou que "haverá actualização das pensões e poderá existir uma correcção relativamente à degradação dos rendimentos que um número significativo de pensões e de pensionistas viram acontecer nos últimos anos".
Contudo, "qualquer correcção que se faça nesse sentido tem de levar em linha de conta os nossos objectivos em matéria orçamental, os nossos objectivos em matéria de controlo das contas e de equilíbrio da Segurança Social, e dos objectivos sociais", assinalou o ministro da tutela.
O membro do Executivo lembrou que "os pensionistas em Portugal nos últimos anos tiveram cortes muito significativos nos seus rendimentos e o primeiro passo para a recuperação desses rendimentos foi voltar a descongelar as pensões, voltando a aplicar o mecanismo de actualização das pensões".
"Ele gera movimentos curtos porque está muito dependente da inflação e a inflação tem valores muito baixos e o Governo sempre admitiu que, excepcionalmente, poderiam existir movimentos de compensação que levassem em linha de conta o facto de um número significativo de pensionistas e de pensões terem visto os seus rendimentos congelados ou a regredir ao longo dos últimos anos", disse ainda o ministro da tutela.