A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o ataque à estação ferroviária de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, é "completamente inaceitável" e uma "violação grosseira" do direito internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos.
Em comunicado, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, frisa que o ataque à estação ferroviária matou e feriu dezenas de civis que esperavam para serem retirados, "incluindo muitas mulheres, crianças e idosos", pelo que os "perpetradores devem ser responsabilizados".
"O secretário-geral lembra a todas as partes as suas obrigações sob o direito internacional de proteger os civis e a urgência de concordar com um cessar-fogo humanitário para permitir a retirada segura e o acesso humanitário às populações presas em conflito. O secretário-geral reitera o seu apelo a todos os envolvidos para que ponham um fim imediato a esta guerra brutal", concluiu Dujarric.
"Um ataque a uma estação ferroviária em Kramatorsk, no leste ucraniano, provocou pelo menos 50 mortos, incluindo cinco crianças, de acordo com as autoridades locais, que lembram que milhares de pessoas se encontraram no local para fugirem da região.
O governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, escreveu na rede social Twitter que há pelo menos 98 pessoas feridas e internadas em hospitais, muitas das quais em estado grave.
Kirilenko culpou os "fascistas russos" pelo ataque de hoje de manhã à estação com mísseis Tochka-U, considerando que se tratou de uma ação premeditada contra a população civil.
As autoridades do Donbass estavam, há dois dias, a incitar a população civil a deixar essas regiões, alertando que as tropas russas estavam a preparar uma grande ofensiva para obter o controlo absoluto da zona.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.