Numa entrevista ao jornal argentino “La Nacion” no âmbito dos seus 10 anos de pontificado, o Papa Francisco considerou “perigosíssima” a antropologia de género "porque anula as diferenças e isso anula a humanidade”.
Francisco sublinha que é preciso distinguir uma pastoral dedicada a pessoas que têm orientações sexuais diferentes do que é a ideologia do género porque “são duas coisas distintas”.
Para o Santo Padre, neste momento, “a ideologia de género é a mais perigosa das colonizações ideológicas porque vai mais além da questão sexual”. E acrescenta: “Por que é perigosa? Porque dilui as diferenças, e porque a riqueza dos homens e mulheres e de toda a humanidade é a tensão das diferenças. É crescer através da tensão das diferenças. Ora, a questão de género vai anulando as diferenças e fazendo um mundo igual, todo cego, tudo igual. E isso vai contra a vocação humana".
Sobre estes dez anos de pontificado, Francisco defende a importância da linha pastoral do perdão e da compreensão das pessoas, que implica conhecer as coisas e realidades para alcançar todos e todas, ou seja, para “abrir portas e percorrer caminhos”. Sobre o futuro, o Papa refere que o seu horizonte é estar “sempre aberto”, na esteira dos documentos conciliares e dos documentos episcopais.
Interrogado sobre o escândalo que surgiu esta semana na Polónia, de um documentário e um livro onde se acusa João Paulo II de ter encoberto um padre pedófilo, nos anos 70, enquanto arcebispo de Cracóvia, o Papa Francisco disse não ter conhecimento do assunto.