Os médicos inciam esta terça-feira uma greve nacional de três dias com o objetivo de forçar o Governo a apresentar a proposta de revisão da grelha salarial que o ministro da Saúde prometeu enviar aos sindicatos.
Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a greve decorre em simultâneo com uma greve ao trabalho extraordinário, iniciada pelos médicos de família, com a duração de um mês, e também promovida pela mesma estrutura sindical.
Na sexta-feira, no final de uma reunião negocial, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, acusou o Ministério da Saúde de "não apresentar os documentos negociais", asseverando que só iria à próxima reunião com a tutela se recebesse as propostas do Governo antecipadamente.
Na segunda-feira, véspera do primeiro dia da greve nacional, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, assegurou que iria apresentar uma proposta de revisão da grelha salarial aos médicos e lamentou o "criticismo excessivo" que tem havido sobre a forma como têm decorrido as negociações.
Para a próxima sexta-feira, está marcada uma nova reunião negocial entre Governo e sindicatos, enquanto que para esta terça-feira estão agendadas concentrações em várias unidades hospitalares, de norte a sul do país.
Greve às horas extraordinárias
O primeiro dia de greve dos médicos de família às horas extraordinárias teve uma adesão de cerca de 90%. O número é avançado pelo Sindicato Independente dos Médico que estima que se traduza em cerca de 3.000 consultas por realizar.
A contestação no setor estende-se também aos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde que estão a exigir avanços nas negociações sobre a valorização das carreiras e das grelhas salariais.