Andrea Agnelli, presidente da Juventus e um dos principais promotores da Superliga Europeia, admite derrota do projeto depois da saída dos dois clubes ingleses na noite de terça-feira.
Em entrevista à Reuters, o dirigene italiano acredita que o projeto caiu depois da saída dos clubes: "Para ser sincero, acho que não vai continuar, não vai ser esse o caso. Continuo convencido da beleza do projeto, mas acho que o projeto já não está de pé".
No entanto, o jornal italiano "La Repubblica" lançou uma entrevista feita com Agnelli antes da oficialização da saída dos seis clubes ingleses e o presidente da Juventus mantinha-se confiante na realização da prova.
"Entre os nossos clubes existe um pacto de sangue, o projeto da Superliga tem 100% de chance de sucesso, vamos seguir em frente", tinha dito.
Os criadores da Superliga europeia de futebol decidiram suspender a prova e planear uma remodelação da competição, anunciado num comunicado nesta madrugada. "Dadas as correntes circunstâncias, vamos reconsiderar os passos a dar para remodelar o projeto, tendo sempre em conta que os nossos principais objetivos são oferecer aos adeptos a melhor experiência possível, além de garantir os mecanismos de solidariedade para toda a comunidade do futebol."
Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, tinha deixado grandes críticas à atitude de Agnelli sobre o projeto da Superliga Europeia.
"Há muitas cobras perto de nós. Fui advogado criminal durante 24 anos, mas nunca vi nada assim. O Agnelli foi provavelmente quem mais me desiludiu. Nunca conheci alguém que mentisse tanto e de forma tão persistente. O que ele fez é inacreditável. Falei com ele na tarde de sábado e ele disse: 'São apenas rumores, não te preocupes que nada vai acontecer'", atirou.
O Manchester City foi o primeiro dos clubes ingleses a oficializar, na terça-feira, a saída da Superliga, seguindo-se, pouco depois e praticamente ao mesmo tempo, Arsenal, Liverpool, Manchester United e Tottenham, antes de o Chelsea consumar o abandono de toda a 'elite' do futebol britânico, já na madrugada de hoje.
Com o anúncio da saída do Chelsea, o grupo de clubes fundadores da Superliga fica reduzido a metade, restando apenas seis dos primeiros 12 emblemas que foram anunciados há pouco mais de 48 horas: os espanhóis Real Madrid, FC Barcelona e Atlético de Madrid e os italianos AC Milan, Inter de Milão e Juventus.
Contudo, a comunicação social internacional adianta que Atlético de Madrid, AC Milan e Inter de Milão também se preparam para oficializar a saída em breve. A competição previa ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores -- apesar de só terem sido revelados 12 -- e outros cinco, qualificados anualmente.
UEFA e FIFA confirmaram que os jogadores das equipas que disputem a Superliga serão banidos dos Europeus e Mundiais e proibidos de representar as suas seleções. A UEFA já está a estudar uma forma de excluir, com efeitos imediatos, os 12 clubes fundadores da Superliga das competições europeias.