O presidente do PSD avisa que o Governo vai levar Fernando Medina ao colo, porque não pode arriscar perder Lisboa. É uma questão de "equilíbrios internos" dentro do PS, diz Rui Rio.
“O Governo vai levar o Dr. Fernando Medina ao colo na medida do possível para o ajudar. E vai contar ou tem contado com algumas ajudas que não devia. Não devia contar com ajudas como aquela a que temos assistido de ter o presidente da Câmara de Lisboa – e, já agora também o do Porto, que são candidatos outra vez a autarcas em anos de eleições a fazer comentário político na televisão todas as semanas”, criticou nesta quinta-feira, ao final da manhã, no Jardim da Estrela, em Lisboa.
Na assinatura da Coligação Novos Tempos, que concorre às eleições autárquicas com Carlos Moedas como candidato, o líder social-democrata condenou o facto de Medina “fugir às perguntas que obrigatoriamente lhe tinham de fazer” nesses espaços televisivos, “mas que, sendo incómodas”, não são respondidas.
“A democracia e a transparência exigem igualdade de circunstâncias e assim não há. E, por isso, faço um apelo a que, em nome dos princípios democráticos, tudo se faça para que todos os candidatos pelo país todo, e particularmente aqui em Lisboa, tenham as mesmas condições de disputar com lealdade a eleição que vamos ter em setembro e outubro”, afirmou.
A Coligação Novos Tempos inclui cinco partidos: Aliança, MPT, PPM, CDS e PSD. Carlos Moedas, o cabeça de lista por Lisboa, deixou críticas às promessas nunca cumpridas do autarca e candidato do PS, Fernando Medina.
“Os lisboetas já não vão acreditar no programa eleitoral de Fernando Medina, porque ele nunca o cumpriu. Nunca o fez. As promessas não valem nada na boca de Fernando Medina”, acusou.
“Vejam o que é mais importante para uma cidade: é um investimento, um investimento para a cidade. O que é que Fernando Medina fez em relação ao investimento na cidade? Em 2019, no orçamento da Câmara Municipal estavam 462 milhões de euros previstos para investir na cidade. Qual foi a execução que foi feita? 162 milhões. Nada”, apontou.
“Quando eu trabalhava, com muito orgulho, como comissário europeu, o orçamento que eu geria na Comissão Europeia eram 10 câmaras municipais de Lisboa, 10 mil milhões por ano. E vão perguntar: quanto é que nós executávamos, quanto é que os meus serviços executavam todos os anos na Comissão Europeia? 100%. 100% de 10 câmaras municipais de Lisboa”, sublinhou perante a audiência que se reuniu no Jardim da Estrela.
Exemplo de promessas não cumpridas são os 14 centros de saúde e milhares de casas com renda acessível, apontou Carlos Moedas, sugerindo a criação de uma Assembleia de Cidadãos, escolhidos de forma aleatória.
O candidato social-democrata prometeu ainda ouvir os lisboetas, ao contrário do que, diz, sucede com o atual executivo municipal.