Centenas de crianças estão a ser recrutadas pelos grupos jihadistas para receberem treino militar no Uganda e na República Democrática do Congo, denuncia a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Citando fontes que "não podem ser identificadas por questões de segurança", a fundação dependente da Santa Sé diz que há cerca 1.500 crianças nestes campos, a maioria provenientes da República Democrática do Congo.
"Estas crianças, muito pobres, estão a ser conduzidas para estes campos de treino militar onde 'são brutalizadas e doutrinadas' pelas milícias islâmicas", refere a AIS em comunicado.
A fundação acrescenta que existirão pelo menos "três acampamentos nas montanhas Ruwenzori, situadas entre o Uganda e a República Democrática do Congo, onde foram avistados rapazes, alguns com apenas nove anos de idade, fazendo exercícios militares debaixo da vigilância de homens armados".
A AIS refere ainda que há relatos sobre a existência, nestes campos, de "jovens raparigas, vestidas com burkas e que estariam alegadamente a ser preparadas para casarem com combatentes islâmicos".
Maria Lozano, vice-directora de comunicação internacional da Ajuda à Igreja que Sofre, refere que "estes campos de treino militar envolvem rapazes de idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos de idade, tendo afirmado tratar-se de algo muito perturbador".
"Algumas destas crianças são órfãs, mas outros deixaram as suas famílias depois de terem sido enganadas pelos recrutadores que as aliciaram com a possibilidade de estudarem no Médio Oriente, na Europa ou no Canadá", acrescenta Lozano.
A AIS recebeu a informação de que "as meninas estão a ser forçadas a casar e que serão tratadas como escravas sexuais".