A CP propõe reativar o serviço na Linha de Leixões, no Porto, entre Leça do Balio e Campanhã. Em Ermesinde, na Festa do Ferroviário, a empresa colocou como condição serem construídas paragens no Hospital São João e Arroteia.
De acordo com um estudo apresentado esta sexta-feira na conferência "A Abertura da Linha de Leixões", realizada no âmbito do Entre Linhas - Festa do Ferroviário, a CP tem capacidade para oferecer, atualmente, frequências de um comboio por hora em cada sentido.
Segundo o administrador da CP, Pedro Ribeiro, a reativação do serviço de passageiros pode ser feita com uma extensão dos comboios oriundos das estações de Granja, Ovar e Aveiro, na Linha do Norte, até Leça do Balio. Atualmente, estes comboios urbanos param na estação de Campanhã.
A Linha de Leixões teve serviço de passageiros entre 2009 e 2011, quando circulavam dois comboios por hora em cada sentido, entre Ermesinde e Leça do Balio. Em vez de usar os comboios suburbanos que a CP propõe agora, eram utilizadas automotoras regionais.
Assim, numa primeira fase, de acordo com o estudo da CP, as estações servidas seriam Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (servindo também o polo universitário da Asprela), São Mamede de Infesta, Arroteia e Leça do Balio (servindo a Lionesa e Unicer).
A estação da Arroteia serviria a sede da Efacec, onde trabalham cerca de duas mil pessoas.
"O serviço comercial contemplará um comboio por hora em cada um dos sentidos, num total de 34 por dia útil. Estima-se que quando a procura estiver estabilizada, a procura seja de cerca de 1,6 milhões de passageiros por ano", de acordo com o vídeo oficial da CP.
Por estação, a procura estimada é de 502 mil passageiros por ano para Campanhã, 24,5 mil para Contumil, 123 mil para São Gemil, 444 mil para o Hospital São João, 132 mil para São Mamede de Infesta, 115 mil para a Arroteia e 49 mil em Leça do Balio.
Numa segunda fase do projeto, o objetivo da CP, segundo o áudio do vídeo apresentado, "devem ser considerados o apeadeiro de Guifões e a estação terminal de Leixões" (próxima à estação de metro do Senhor de Matosinhos), mas no gráfico apresentado no vídeo é possível ver o apeadeiro de Custió-Araújo (próxima às estações de metro da Linha Verde para a Maia).
De fora fica uma interligação ao Metro do Porto com o canal da Linha Vermelha, que vai até à Póvoa de Varzim, e da Linha Violeta, que serve o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
O projeto também não prevê qualquer ramal de ligação da própria Linha de Leixões ao aeroporto, que fica a cerca de dois quilómetros de distância. José Eduardo Pena, da Direção de Planeamento Estratégico da Infraestruturas de Portugal, diz que vai ser privilegiado o futuro acesso da Linha de Alta Velocidade, vinda em túnel de Campanhã.
José Eduardo Pena confirmou ainda que a duplicação da linha não está prevista neste momento, e projetou "um, dois anos" como necessários para a construção dos apeadeiros necessários para a reabertura da linha. A demora prende-se com os procedimentos de contratação do projeto.
O Entre Linhas - Festa do Ferroviário é organizado pela Câmara Municipal de Valongo e acontece até domingo em Ermesinde e na Gandra.