O Ministro da Saúde "não deve confiar na sorte" e deve reunir-se novamente com os sindicatos para evitar tragédias na saúde.
O apelo, feito à Renascença, é da Federação Nacional dos Médicos que alerta para hospitais com serviços em rutura por falta de clínicos e urgências com equipas deficitárias.
Em causa está a recusa de profissionais ao trabalho além das 150 horas extraordinárias o que tem impacto sobretudo nas urgências, urgências de pediatria, obsterícia e cirurgia.
O Sindicato dá o exemplo de Aveiro e Penafiel cujas urgências estão com graves irregularidades, o que coloca em causa a segurança dos utentes e dos médicos. Para além destes hospitais há outros seis nesta situação. Entre eles os hospitais de Barcelos, Guarda ou Caldas da Rainha.
A FNAM defende que o ministério da Saúde tem de se aproximar dos sindicatos. "O ministro [Manuel Pizarro] deve responder às reivindicações dos médicos - condições de trabalho dignas, salário digo e justo para aquilo que desempenham. Nós estamos no limite e isto de facto afecta de norte a sul do país", refere a vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos, Vitória Martins, à Renascença.
Esta quarta-feira está marcada uma reunião entre o ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos, um encontro que é bem visto pela FNAM.
"Claro que a intervenção da ordem é muito importante porque vai também reforçar a defesa da profissão, como é seu dever. Mas é preciso mais do que isto, é necessário que o Ministro não confie na sorte e temos que tentar evitar tragédias e para as evitar, nós temos que ter soluções" revela Vitória Martins.
Os médicos vão estar em greve dias 17 e 18 deste mês. Para 17 de outubro está marcada uma manifestação.