O Programa Nacional de Fogo Controlado (PNFC) arranca esta sexta-feira, com o objectivo de limpar 10 mil hectares de floresta em todo o país.
O secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, explicou à Renascença que o plano consiste em queimadas controladas em áreas circunscritas.
“É a primeira medida que se concretiza no terreno da reforma florestal. O que pretendemos com este plano nacional é usar o fogo a favor da floresta: limpar os matos nas zonas críticas e devidamente escolhidas”, afirma.
Miguel Freitas, que fala de “acção inovadora em Portugal”, revela ainda que numa primeira fase esta prática vai começar a ser aplicada no Centro e Norte, para depois ser estendida todo o país.
O que é o fogo controlado? “Temos a escolha de áreas muito circunscritas, uma acção técnica muito especializada, em ambiente muito controlado, para que o fogo não fuga.”
O programa tem definida uma área prioritária de cerca de 50 mil hectares para fazer fogo controlado nos próximos dois anos e meio, em áreas não ardidas, referiu o secretário de Estado das Florestas, acrescentando que os actuais cerca de 100 técnicos credenciados para fazer fogo controlado são insuficientes para as necessidades, pelo que o Governo tem "a intenção de qualificar mais técnicos no futuro".
“Neste momento, fazíamos uma média de 1.500 hectares por ano de fogo controlado”, indicou o governante. Por isso, o PNFC vai reforçar o uso desta técnica de limpeza das florestas nacionais para a prevenção dos fogos.
As comunidades intermunicipais, autarquias e produtores florestais podem, a partir desta sexta-feira e até 23 de Janeiro, candidatar-se ao PNFC, que disponibiliza 120 euros por hectare para a limpeza da floresta através do fogo.