Depois de semanas com dádivas muito abaixo do desejável, as reservas de sangue estão, nesta altura, a níveis confortáveis e estáveis. O quadro é traçado pela presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval.
"Houve uma diminuição de cerca de 38% nas dádivas”, porque houve menos dadores a deslocarem-se aos locais de recolha devido à pandemia. No entanto, “os consumos, por terem sido suspensas todas as atividades programadas, também diminuíram cerca de 28%”. Assim, “neste momento, mantemos uma situação bastante estável”.
Maria Antónia Escoval assume uma mudança de estratégia, com marcação prévia de horários para os dadores, de modo a garantir a segurança de todos.
A presidente do IPST confirma que os dadores estão a corresponder aos apelos para um reforço das dádivas, “apesar das alterações nos procedimentos de colheita – distanciamento, medição de temperatura, etc.”.
“Em determinados locais de colheita, chega a haver filas de dadores”, descreve Maria Antónia Escoval que, por isso mesmo, aproveita para “agradecer a todos os dadores de sangue”.
IPO do Porto “não está em situação de pânico”
Também no Instituto Português de Oncologia do Porto, os níveis são, nesta altura, “mais ou menos estáveis”, depois de uma descida devido, por exemplo, “ao cancelamento das dádivas de grupos”.
A diretora do serviço de Imunohamoterapia, Luísa Lopes dos Santos, reconhece que “os dadores estão a aparecer, embora em menor número”, mas como “o consumo também diminuiu ligeiramente”, o IPO do Porto está a conseguir “suprimir quase totalmente as necessidades”.
“Não estamos numa situação de pânico”, esclarece.
A área de colheita cumpre todas as normas de segurança “e os profissionais que lidem com um dador, nesse dia, não volta a estar com um doente aqui internado”, explica a responsável.