A decisão de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear com o Irão voltou a colocar o país no radar da atualidade internacional. A Associação Empresarial de Portugal espera que os negócios com Teerão, que cresceram no último ano, não sejam afetados.
Não é o maior, mas também não é o mais pequeno cliente de Portugal. Para o Irão vendemos, por exemplo, guarda-chuvas, brinquedos, armas, obras de arte ou chapéus, mas é o papel para escrita, as máquinas e aparelhos e os químicos que ocupam o pódio dos produtos mais vendidos.
De acordo com a Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), em 2016, o Irão ocupava a posição 86 da lista de clientes de Portugal e o que vendíamos para Teerão não chegava a 1% das exportações portuguesas.
Mas o mercado iraniano tem merecido a atenção da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que, desde 2009, já fez sete missões empresariais.
Em declarações à Renascença, Paulo Nunes Almeida, presidente da AEP, acredita que deram frutos.
“Só no último ano, praticamente triplicámos as nossas exportações. Isto significa que, por um lado, houve uma aposta grande das empresas portuguesas e da AEP no mercado iraniano, significa que fomos bem acolhidos. Muito gente poderá não saber, mas Portugal, do ponto de vista político e diplomático, tem uma excelente relação com o Irão.”
A aposta portuguesa no Irão tem sido em sectores concretos: material de carga e transporte, produtos de metalomecânica e metalurgia, borracha, agroalimentar, e serviços de engenharia, construção e na área do ambiente, explica Paulo Nunes Almeida.
A AEP espera regressar a Teerão no início do próximo ano, mas Paulo Nunes Almeida prefere aguardar o que vai acontecer depois de os Estados Unidos terem rasgado o acordo nuclear, impondo novas sanções.
Para já, são 150 empresas que já estão a operar no mercado iraniano, entre 2016 e 2017 quase triplicaram o valor das exportações.