A Associação Nacional de Sargentos (ANS) acusa o governo de “jogo político” quando diz que o reforço do investimento na defesa se vai traduzir em aumentos salariais.
O ministro da Defesa afirmou na última semana que o objetivo de colocar as verbas para a Defesa nos 2% do Produto Interno Bruto (PIB), como pedido pela NATO, vai permitir dar resposta à prioridade de melhorar as remunerações dos oficiais.
Em declarações à Renascença, o presidente da ANS, António Lima Coelho, diz contudo que Nuno Melo ainda não convocou as associações para discutir o tema, nem deu nenhum sinal de querer cumprir estas promessas.
“Sem se clarificar onde é que se vão aplicar as coisas, pode passar para a opinião pública uma ideia de que tudo está a ser resolvido ou tudo vai ser resolvido quando [isso] não corresponde à verdade. É, efetivamente, um jogo político e são formas de desviar as atenções”, critica.
Lima Coelho alerta que já há “demasiadas promessas feitas pelo ministério” para um orçamento que, apesar do reforço, continua a ser limitado e a ser “uma manta curta que, se quiser cobrir tudo, vai ficar descoberta”.
Apesar de reconhecer que há outras prioridades na lista, como o desenvolvimento tecnológico, o presidente da ANS sublinha que todos os problemas do setor estão dependentes da valorização dos profissionais.
“Não adianta ter os aviões mais modernos, os navios mais sofisticados e os carros de combate melhores do mundo se não se tiver homens e mulheres suficientemente motivados, treinados, reconhecidos para trabalhar com esses equipamentos”, remata.