A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) salienta que se vão manter no desemprego, para já, mais de 30 mil professores e educadores, lamentando que as colocações de docentes não resolveram os problemas de precariedade.
"Tendo em consideração o número de candidatos ao concurso externo, que havia sido divulgado pelo Ministério da Educação, manter-se-ão no desemprego, para já, mais de 30.000 professores e educadores", diz um comunicado da Fenprof.
Num comentário à publicação das listas de docentes colocados, conhecida na tarde desta quinta-feira, a Fenprof diz que estas colocações "não resolveram os problemas de precariedade, instabilidade e injustiça que são vividos pelos docentes".
No documento, a estrutura sindical lamenta, também, como de resto já tinha dito numa conferência de imprensa na tarde de hoje, que só agora tenham sido divulgadas as colocações, já que se inicia o ano escolar na próxima segunda-feira.
Os professores, sublinha a estrutura sindical, ficam com apenas um dia útil "para refazerem toda uma vida, em muitos casos a centenas de quilómetros das suas residências familiares", pelo que a "divulgação tardia" constitui "um profundo desrespeito pelos professores e pelas suas famílias".
O Ministério da Educação, ao referir, no comunicado que emitiu, que as listas são divulgadas a duas semanas do arranque do ano letivo, "parece desvalorizar todo o trabalho que é feito nas escolas até ao dia em que os alunos se irão apresentar, trabalho esse que se iniciará um dia útil depois da divulgação destas listas", diz a Fenprof.
No comunicado afirma-se ainda que a revisão da atual legislação de concursos, "que não mereceu o acordo da Fenprof, no sentido de resolver as injustiças que o atual provoca e de combater, efetivamente, a precariedade do corpo docente, continuará a ser uma das prioridades da luta dos professores".
A Fenprof diz ainda que é preciso agora verificar aspetos como o número de docentes que se mantém em situação de "horário zero", e o número de horários nas escolas que continuam por preencher.
Vinte mil professores ficaram colocados no ano letivo 2018-2019, anunciou o Ministério da Educação no dia em que foram publicadas as listas de docentes.