Os jogadores do Sporting garantem a presença na final da Taça de Portugal, no Jamor, no domingo, mas deixam em aberto a decisão que cada um tomará, na segunda-feira. A imprensa já deu conta que alguns atletas ponderam rescindir contrato unilateralmente e por justa causa.
Lúcio Correia, especialista em direito desportivo, considera que o facto dos jogadores e a equipa técnica se apresentarem ao serviço no domingo, na final da Taça, não interfere com a eventualidade de um atleta, na segunda-feira, rescindir com justa causa.
"Não é pelo facto de os atletas comparecerem, como é seu dever contratual, no jogo da final da Taça, que passam a ter automaticamente condições, quer do ponto de vista contratual quer do ponto de vista anímico e desportivo, para que possam cumprir o contrato até ao fim", alega o jurista, em entrevista à Renascença.
Motivos vão para além da invasão a Alcochete
Lúcio Correia explica que as razões a apresentar pelos jogadores vão além do episódio de violência de quarta-feira à tarde. "Temos de avaliar a situação num contexto temporal e de circunstância que vão muito mais além daquilo que se passou ontem [quarta-feira]. As coisas já se tinham vindo a deteriorar há algum tempo. Já tinham existido alguns rumores de suspensões dos atletas anteriormente, de algum descontentamento dos jogadores perante algumas atitudes da SAD, nomeadamente, do seu presidente. Não é o facto de eles comparecerem, por si só, que passam automaticamente a ter condições", reforça.
O especialista em direito desportivo anota que cada caso terá de ser "analisado a nível individual". "Não é pelo facto de alguém não comparecer que passa automaticamente a poder rescindir o contrato e não é pelo facto de alguém comparecer que passa imediatamente a ter condições de não o fazer. Isto tem de ser avaliado caso a caso. Com certeza que a assessoria do Sindicato e dos atletas irão analisar muito concretamente", observa Lúcio Correia.