Boris Johnson, ex-primeiro-ministro britânico, renunciou esta sexta-feira ao cargo de deputado no parlamento britânico, com efeito imediato.
Na origem desta renúncia está o relatório do caso "Partygate", depois de o Governo ter passado à polícia novas provas de possíveis violações das restrições durante a pandemia de Covid-19.
Boris Johnson afirmou, repetidamente, que todas as restrições sanitárias foram respeitadas em Downing Street durante a pandemia, algo que foi desmentido.
O político, depois de ter sido informado de que seria sancionado por ter enganado o Parlamento, decidiu abandonar o cargo e escreveu em comunicado: "É muito triste deixar o Parlamento - pelo menos por agora - mas acima de tudo estou chocado e horrorizado por ter sido expulso de forma antidemocrática por uma comissão presidida e liderada pela [trabalhista] Harriet Harman, com um viés tão flagrante".
Esperava-se que o comité publicasse o seu relatório nas próximas semanas e Johnson poderia enfrentar uma suspensão da Câmara dos Comuns caso fosse descoberto que mentiu deliberadamente.
Na declaração de renúncia, Johnson acusou a comissão de inquérito de procurar considerá-lo culpado “desde o início” e “independentemente dos factos”.
"Eles ainda não produziram um pingo de provas de que eu intencionalmente ou imprudentemente enganei a Câmara dos Comuns", afirmou no comunicado.
Num depoimento dado ao Comité em março, Johnson admitiu ter enganado o Parlamento, mas negou tê-lo feito propositadamente.
"Acredito que, nos seus corações, o Comité sabe disso. Eles sabem perfeitamente que quando falei na Câmara dos Comuns estava a dizer o que sinceramente acreditava ser verdade e o que fui instruído a dizer, como qualquer outro ministro", atirou.
A renúncia trará uma eleição extraordinária para substituir Johnson como deputado.