O Livre aprovou este domingo o seu programa eleitoral aprovado com apenas dois votos contra e oito abstenções.
No fecho do XIII Congresso do partido, foram lançadas as propostas de atingir um por cento do PIB para a Cultura e de avançar a semana de quatro dias de trabalho. O Livre ambiciona ainda que o salário minimo atinja os 1.150 euros em 2028.
Como novidade no discurso de Rui Tavares fica a criação da "herança social", uma especie de conta-poupança para combater desigualdades.
A ideia é "introduzir instrumentos novos, como a herança social", de modo a que "na próxima legislatura esteja no centro do debate e que seja modelizada pelas entidades publicas em Portugal - Ministério da Segurança Social, em conjunto com a academia e a sociedade civil para percebr se é através de uma conta-poupança que é criada para cada um e cada uma que nasça em Portugal, se é com certificados de aforro ou se é através do imposto sobre as grandes heranças".
Rui Tavares propõe a criação desta "herança social" como forma de "combater as desigualdades sociais", para que "entre os 18 e os 35 anos" os cidadãos possam ter acesso a este mecanismo "adaptado às condições financeiras das suas familias", possibilitando que uma pessoa "possa ter um plano de estudos, abrir um pequeno negócio, vários amigos juntarem-se e abrirem uma empresa nova ou pagar ou ajudar a pagar a entrada para uma casa".
Tavares sugere também o reforço do abono de família para ajudar a erradicar a pobreza infantil. "Com o abono de familia reforçado, a pobreza infantil, em larga medida, é erradicada."
O programa eleitoral do Livre para as legislativas de março foi aprovado com 196 votos a favor (95% do total), oito abstenções e dois votos contra.
Ficou também decidido que o próximo congresso do Livre será em maio, sem data ou local definidos, com o objetivo de discutir e aprovar o programa eleitoral para as eleições europeias de junho bem como para a eleição de novos órgãos internos.
Livre será força de bloqueio à extrema direita
Das intervenções politicas deste segundo dia de Congresso, referência para a de Jorge Pinto, cabeça de lista pelo Porto, que garantiu que o partido será uma "força de bloqueio à extrema-direita", e para Paulo Muacho, que encabeça a lista de Setúbal, que afirmou que "a extrema-direita não é inevitável".
Mas foi o cabeça de lista pelo Porto, talvez porque "estava a jogar em casa" quem mais aplausos arrancou aos congressitas quando afirmou o seu optimismo em relação aos resultados eleitorais.
"Seremos a grande surpresa no dia 10 de Março", proclamou o cabeça de lista pelo Porto, numa manifestação do otimismo vivido ao longo dos dois dias de congresso, que decorreu na biblioteca Almeida Garrett, o local onde há 10 anos decorreu o Congresso fundador do partido.