A procuradora-geral da República anunciou a constituição de uma equipa com cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária, todos em regime de exclusividade para concluir a investigação deste caso, que nasceu de uma denúncia anónima em 2015 e que envolve suspeitas de vários crimes económicos e favorecimento político envolvendo figuras do PSD e do PS.
A procuradora-geral reconhece que os factos que estão a ser investigados são de sensibilidade e repercussão social, bem como a qualidade e funções das pessoas visadas, tendo sido declarada a sua excecional complexidade.
Em declarações à Renascença, o advogado Carlos Pinto de Abreu sugere que o facto de terem vindo a público pormenores sobre o processo pode ter levado a procuradora-geral da República a decidir-se por medidas especiais.
"A partir do momento em que se abre publicamente uma discussão sobre um determinado processo que já ocorre a longo tempo, pode também haver razões extra processuais que têm a ver, também, com a política de investigação que se entenda intervir. Agora, nada impede que, numa fase final, em que haja uma recolha de prova que tenha sido lentamente feita durante algum tempo, haja uma equipa especial que possa, depois, no fundo, colaborar cooperar nas diligências de produção de prova que sejam necessárias e também na elaboração do despacho de encerramento de inquérito", explica.